ANTIGAMENTE ERA MELHOR? –
Nós, que nascemos nos meados do século XX, aprendemos a louvar o modo de vida das pessoas que viviam há 40 ou 50 anos, e com esses ocorria o mesmo em relação aos seus antepassados. É uma tendência quase natural pretender ou supor que os “antigos” viviam melhor do que os contemporâneos, em uma sociedade de conquistas econômicas e mudanças sociais avaliadas sob o prisma do que é negativo e do que é positivo; do que foi ou é melhor ou pior.
O meu confessado e ferrenho saudosismo, não decorre de qualquer amor incondicional pelas coisas do passado, pelos costumes e eventos de uma época que, em comparação com o presente, teria sido mais prazerosa e feliz. Os acontecimentos pelos quais eu guardo carinho e nostalgia, têm a ver e se desenrolaram durante a minha infância e adolescência, que são os períodos em que as pessoas ainda são dotadas de pureza suficiente para não perceberem(?) as agruras e os sofrimentos recorrentes e característicos de todas as gerações.
Difícil, porém, é reverenciar um passado que foi marcado pela morte de milhões de pessoas em duas guerras mundiais, sem contar as inúmeras disputas regionais, provocadas por conflitos e interesses étnicos e econômicos entre vários países. Vivemos um período herdeiro de intolerâncias e discriminações seculares e que parecem impossíveis de se extinguirem, herança esta que se expressa, ainda que de maneira dissimulada, nos tempos atuais, pela crença em uma absurda doutrina do século XIX que defende a supremacia de um povo, que, por eleição divina, teria sido escolhido para dominar as demais nações. Na aplicação do Destino Manifesto, uma super potência, os Estados Unidos, pela pureza e excepcionalidade auto assumidas, foi designada por decreto bíblico para exercer ocupação, domínio e poder.
O início do século foi caracterizado também pela eclosão da denominada Primeira Guerra Mundial, pelo nascimento do moderno totalitarismo de todas as ideologias, pela brutal, sangrenta e desumana ocupação do Congo pela Bélgica, pelo sufocamento cultural e político da Índia pela Inglaterra. Incipientes conquistas científicas, embora despertando esperanças, ainda estavam longe de provocar otimismo entre os mais pobres e outras classes mais discriminadas, até nos países desenvolvidos. As etnias não europeias, principalmente os negros, indígenas, orientais e latino-americanos, eram vítimas de violenta segregação, que lhes negava uma digna cidadania. E até as mulheres, por sua condição, sofriam preconceitos, e a sua significância feminina era relegada a tarefas e afazeres domésticos. Esses fenômenos ainda existem, porém o crescimento da consciência política enseja vigorosas reações esboçadas por pessoas e entidades que, em todo o mundo e de todas as formas, lutam por igualdade e justiça.
Nos dias de hoje, malgrado as angústias próprias da nossa época e os problemas advindos do progresso e do crescimento da população, conseguimos desfrutar do acesso a conquistas econômicas e sociais até inimagináveis em séculos anteriores. São enormes os avanços da medicina, desde a descoberta – ou invenção – da penicilina, das vacinas, da identificação dos vírus e outras causas de tantos males herdados de civilizações anteriores. O vertiginoso avanço do conhecimento tecnológico permite velocidade na solução de problemas e maior comunicação entre pessoas e instituições voltadas para a pesquisa científica. As tecnologias de todo tipo facilitam, por exemplo, uma variada produção de alimentos. É lamentável, apenas, que muitas dessas conquistas não alcancem todas as pessoas no mundo, porque progresso e bem-estar dependem de investimentos, e as somas aplicadas na produção visam, principalmente, bons resultados financeiros: o lucro, que é apanágio do capitalismo, que persegue os seus próprios objetivos, e é meta das grandes corporações, que não demonstram nenhum compromisso ou interesse pela felicidade humana.
Alberto da Hora – escritor, cordelista, músico, cantor e regente de corais
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