TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA, O QUE VOCÊ DEVE SABER? – Rilvana Campos Câmara

TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA, O QUE VOCÊ DEVE SABER? –

O transplante de medula óssea (TMO) ou transplante de células tronco hematopoiéticas é um dos tipos de tratamento que possibilita a cura, para algumas doenças hematológicas malignas, benignas, doenças auto imunes e algumas neoplasias não hematológicas. Substituindo as células da medula, que estão doentes, por outras células da medula normais.

Vocês devem pensar o que é a medula óssea e onde fica localizada? Ela está alojada dentro do osso, o famoso e conhecido “tutano” (um tecido liquido gelatinoso), que se encontram no ilíaco, que fica no quadril, no esterno, localizado no meio do tórax e tem a função na fabricação dos elementos que compõem o sangue, que são as hemácias, os leucócitos e as plaquetas.

Existem três tipos de transplantes: alogênico – a medula vem de um doador previamente selecionado, por testes de histocompatibilidade, normalmente identificado entre familiares ou em bancos; o autólogo – as células tronco do próprio paciente são removidas de sua medula óssea ou sangue periférico, antes do transplante, elas são armazenadas e reinfundidas, após altas doses de quimioterapia; e o singênico, que é o transplante de medula óssea entre gêmeos univitelinos.

É necessário que o paciente, capacitado para realizar o TMO, siga algumas etapas, que tem bastante relevância no processo, necessitando de uma compreensão tanto dos familiares, como dos pacientes e da equipe multidisciplinar. A fase pré TMO corresponde ao encontro de toda equipe/paciente/familiares, onde são fornecidas todas as orientações de como se comportar, durante as internações e a importância da colaboração da família, no que diz respeito a alimentação, higiene, visitas, sinais e sintomas, por fim, cuidados em geral.

Passando assim para a segunda etapa, que é o dia do transplante, conhecido como D zero – o dia do renascimento. Nesse momento, o paciente recebe as células-mães, através de um cateter, que são levados, através da corrente sanguínea e se instalam na medula óssea, começando assim o processo de recuperação. É um procedimento simples que, em média, dura 2 horas, dependendo do tipo de TMO. Após receber o transplante, o paciente necessita ser monitorado e avaliado por toda a equipe multidisciplinar e intensificar os cuidados, porque, suas defesas se encontram muito baixas.

Chegando a terceira etapa, pós transplante, é onde ocorre a aplasia medular, que caracteriza uma queda do número de todas as células que compõem o sangue, deixando o paciente sujeito a infecções e sangramentos, sendo necessários redobrar os cuidados.

A quarta etapa corresponde a “pega medular” – momento que a medula consegue produzir as células do sangue em quantidades suficientes. A “pega” da medula acontece quando a taxa de plaquetas alcança 20.000/mm³, sem necessidade de transfusão por dois dias seguidos e com leucócitos acima de 500/mm³, por dois dias, também.

Chegando assim a última etapa – que são os cuidados pós alta. Momento de relembrar o início da primeira etapa, dos cuidados necessários com higiene, medicação, alimentação, aglomeração (visitas), proteção individual e, principalmente, seguir as orientações médicas. Diante de qualquer dificuldade, os responsáveis devem entrar em contato com a equipe.

A Casa Durval Paiva tem esse cuidado com todos os pacientes, principalmente, os transplantados. Em sua estrutura, há quarto para isolamento, onde essa criança tem um lugar para chamar de seu, com banheiro exclusivo, antessala com televisão, álcool em gel nas portas, além de todos os cuidados e orientações aos pacientes e acompanhantes.

O TMO salva vidas, todos estão em busca da cura, mas é preciso orientar, informar os pacientes e acompanhantes sobre esse método, deixando claro todas as possibilidades que podem vir a surgir. O câncer tem cura, então, é preciso falar sobre o diagnóstico precoce e de sua importância, quanto mais multiplicada a informação sobre sinais e sintomas do câncer infantojuvenil, mais vidas são salvas.

 

 

 

 

Rilvana Campos Câmara – Coordenadora Diagnóstico Precoce da Casa Durval Paiva

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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