“TRÁFICO DE DROGAS” ENXERGA O QUE O RN NÃO “ENXERGOU” – Ney Lopes

“TRÁFICO DE DROGAS” ENXERGA O QUE O RN NÃO “ENXERGOU” –

O incrível acontece: “tráfico” internacional enxerga que o “Grande Natal” é o ponto geográfico estratégico e privilegiado nas Américas para a exportação de drogas ilícitas, infiltradas em nossas “frutas tropicais”.

As lideranças político-empresariais norte-rio-grandenses nunca enxergaram.

Há mais de vinte anos digo, repito, fiz inúmeros pronunciamentos no Congresso Nacional, escrevi livro, sempre destacando a “Grande Natal” como a maior fronteira comercial, aérea e marítima das Américas.

O RN é vocacionado na América Latina e Caribe para instalação de “polo exportador e turístico” (área de livre comércio), com potencial de geração de milhares de empregos e novas oportunidades. Seriam incorporadas as atuais ZPEs de Macaíba e Açu.

A vitoriosa experiência, adotada em inúmeros países, comprova que cada emprego direto corresponde a três indiretos, movimentando o comércio local, com a geração de ICMS, ISS e outras vantagens.

Lei estadual criaria “núcleos” de apoio no agreste, Seridó, sertão, salineira, médio e alto oeste, visando o estímulo aos “pequenos negócios” (agroindústria), incentivando o beneficiamento de recursos naturais nativos para exportação.

No mundo atual, a área de livre comércio, que após a globalização substituiu a ZPE, consiste em espaço territorial pré-determinado, com infraestrutura, destinada à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior, sendo consideradas zonas primárias para efeito de controle aduaneiro.

Os incentivos fiscais concedidos são impessoais, “sem “influências”, além de estímulos cambiais (liberdade cambial) e administrativos (procedimentos simplificados nas exportações e importações).

Estudo oficial já confirmou que a “Grande Natal” é o ponto geográfico mais próximo da Europa e África, se comparado com Pernambuco, Paraíba, Ceará e Maranhão.

O Eminente historiador, Lenine Pinto, sustenta que Pedro Alvares Cabral, pela proximidade geográfica e a corrente de ventos equatorial sul, desembarcou primeiro nas praias de Touros e Cananeia (RN) (22.04.1500) e não em Porto Seguro.

Desde 1530, a nossa condição geográfica privilegiada foi reconhecida pelo rei de Portugal, ao criar a capitania hereditária do Rio Grande do Norte, doada a João de Barros para conter as invasões francesas.

O Ilustre conterrâneo Câmara Cascudo escreveu que Natal “constituía uma das oito capitais do mundo, vértice onde se entrecruzam os meridianos de todas as comunicações”.

Na II Guerra Mundial, o “grande Natal” foi o apoio dos aliados na defesa de ataques vindos da Europa e África.  No século XXI, o “polo exportador e turístico” do “Grande Natal” contribuiria para o aumento da balança de exportações.

Além disso, atrairia a instalação na base aérea de Parnamirim, de “centro ibero-americano” de segurança continental, no Atlântico Sul.

A Lei 11.732/08 concedeu a Roraima as “únicas” áreas de livre comércio do país: Boa Vista e Bonfim. Já ausente em 2008 do Congresso Nacional, alertei a bancada federal de que “chegara a hora” de reivindicar a criação também da nossa área de livre comércio, no Grande Natal.

Não fui ouvido.

Nunca consegui sensibilizar governos, auxiliares, ou órgãos de classe. O empecilho foi a fogueira das vaidades humanas.

A área de livre comércio é a verdadeira economia de mercado, sem maquilagens. Vencem os mais capazes, prevalece à competição e o livre mercado, atrai tecnologia de última geração.

Os investidores chegariam naturalmente, em função do mercado promissor. As indústrias já instaladas no estado teriam proteção legal contra a concorrência predatória. Surgiriam perspectivas de “joint venture” (união de empresas para realizar atividade econômica comum) e conquistas de novos mercados.

Em 2005, na presidência do PARLATINO, convidei o embaixador da China para visitar a “Grande Natal”.

Em debate, ele afirmou a total viabilidade de uma área de livre comércio, ao lado do aeroporto de São Gonçalo. Continuei falando e apelando. A resposta foram o silêncio e desprezo, com a ridicularia, de que eu seria “um sonhador”.

Continuo na trilha do ensinamento de Confúcio: “até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão”.

E convencido de que “Não há nada como o sonho para criar o futuro (Victor Hugo)”.

Um dia, quando talvez esteja em outro plano espiritual, o nosso polo exportador e turístico se tornará realidade, superando as barreiras da “inveja aliada à mediocridade”, que até hoje impediram essa conquista para o nosso povo.

 

 

Ney Lopes jornalista, ex-deputado federal e advogadonl@neylopes.com.br
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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