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Reunião de Lula e Macron deve abordar acordo com Mercosul, Rússia e outras divergências

Ensaio de Lula e Macron no Pará viralizou nas redes sociais — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Emmanuel Macron, da França, devem debater em encontro nesta quinta-feira (28) assuntos em que os dois países discordam no campo da política internacional, como o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Os chefes de Estado de Brasil e França se encontrarão no Palácio do Planalto, em Brasília, no terceiro dia de viagem pelo país do presidente francês, após Macron passar por Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.

As dificuldades para concluir acordo entre o Mercosul e a União Europeia – negociado há mais de 20 anos, e travado por falta de consenso com países como a França – deverão ser uma das principais pautas no encontro entre os dois presidentes.

Interlocutores do governo francês ressaltam que Macron deverá explicar, pessoalmente, qual a posição da França – as razões e as motivações pelas quais não concorda com o texto atual. “Haverá explicações, mas nada de negociação”, dizem esses interlocutores.

Negociação desde 1999

 

A França é a principal opositora ao fechamento do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. As negociações estavam avançadas, mas em dezembro de 2023, Macron disse ser contra o acordo de livre comércio entre os blocos. A expectativa do governo brasileiro era fechar o acordo antes da posse do novo presidente argentino, Javier Milei, crítico do Mercosul.

A declaração de Macron foi feita após um encontro bilateral com Lula, em Dubai, durante a COP 28, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas.

Em conversa com jornalistas, Macron chamou o acordo de livre comércio de antiquado e “mal remendado”. O presidente francês disse ainda que a versão atual é contraditória com políticas e ambições ambientais do Brasil.

O acordo é negociado desde 1999, envolve 31 países e prevê isenção ou redução na cobrança de impostos de importação de bens e serviços produzidos nos dois blocos.

Combate às fake news e guerras no mundo

O governo francês acredita que o Brasil, assim como a França, tem a capacidade de dialogar com outros países importantes no cenário internacional.

Esse é um dos motivos pelo qual Macron também deverá conversar com Lula sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura dois anos, e os ataques na Faixa de Gaza.

A diplomacia francesa entende que o Brasil pode ser um intermediário importante no diálogo “entre países do Norte e do Sul”. E que o país pode, inclusive, chamar a atenção da Rússia para que Vladimir Putin cesse as agressões contra o território ucraniano.

 

Um representante do governo francês ressalta que Emmanuel Macron poderá, por exemplo, dar explicações sobre como foram adotadas regulamentações para responsabilizar plataformas digitais na Europa.

Em dois anos, serão três visitas ao Brasil

A visita de Macron encerra um hiato de oito anos – o último presidente francês a vir ao Brasil foi François Hollande, que participou da abertura da Olimpíada do Rio em 2016.

A terça-feira (26), primeiro dia do presidente francês no Brasil, não foi marcada apenas pelo anúncio de uma parceria bilionária pela bioeconomia na Amazônia, mas também por uma série de posts nas redes sociais e “mimos” para o visitante.

Em Belém, cidade que vai receber a Conferência do Clima da ONU (COP30) em 2025, na primeira parada de uma visita de três dias pelo país, Macron recebeu presentes do governador do Pará, Helder Barbalho.

Na pequena bolsa de palha entregue ao presidente francês havia três camisas: uma tradicional camisa do Marajó, produzida no estado do Pará, e duas dos principais times de futebol paraense – Remo e Paysandu.

Nas redes sociais, os dois presidentes fizeram questão de fazer postagens conjuntas – quando a publicação aparece simultaneamente nos dois perfis, reforçando a estratégia de parceria entre eles.

Na quarta-feira (27), o presidente francês passou por Itaguaí (RJ), também acompanhado por Lula, onde a Marinha do Brasil deu início às operações do submarino Tonelero (S42), que faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), desenvolvido em parceria com a França com orçamento de aproximadamente R$ 40 bilhões.

Ainda na quarta, Emmanuel Macron foi a São Paulo para um encontro com investidores brasileiros. Na quinta (28), ele encerra a viagem passando por Brasília.

O presidente francês deve voltar ao Brasil em novembro para as reuniões da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, e para a Conferência do Clima da ONU (COP30), que será sediada em Belém em 2025.

Fonte: G1

Ponto de Vista

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