A EROSÃO IMPERCEPTÍVEL DA DEMOCRACIA –
Em tempos de “fake news” abundantes, a maior das “desinformações” é um fenômeno concreto. Tão real nos propósitos quanto imperceptível nas constatações.
Foram-se os velhos ciclos autoritários onde modelos fascistas ou comunistas se instalavam através da violência dos golpes e/ou das ações explícitas de rupturas institucionais. O mundo inovador de hoje aponta para autoritarismos construídos na sutileza, pois são capazes de usufruírem dos caminhos legais e democráticos para consagrarem seus ideais.
O texto em destaque, que faz a chamada desta minha opinião, é simplesmente basilar e premonitório. A dupla Levitsky & Ziblatt, ainda em 2018, já exprimia suas preocupações com a erosão anunciada da secular democracia dos EUA. Não que ao longo da História norte-americana não houvesse sobressaltos pontuais com lideranças ameaçadoras à ordem democrática. Mas, o fenômeno “outsider do trumpismo” trouxe para o ambiente político, antes mesmo da efetivação do processo eleitoral de 2016, evidências de suas extensões extremistas. Movimentos multifacetados como o “Alt Right”, “QAnon”, “Patriot Prayer” e assemelhados, muitos deles atuando como milicianos virtuais, apoderaram-se dos instrumentos legais da própria democracia, para transformá-los gradualmente. Claro que para atender uma utopia ideária, que só se alcança mediante um regime de força.
A sequência de atitudes do líder endeusado, muito bem alinhada com esses grupos extremos, foi a marca do primeiro mandato de Trump. A democracia americana tem um histórico de considerar pelo menos dois aspectos informais, que embora não estejam abertamente anunciados, fortalecem as instituições. Por um lado, a tolerância mútua, um valor que faz reconhecer o rival no seu direito de existir, concorrer e governar. Por outro, a reserva institucional, um atributo que atua para evitar ações ou atitudes que violem a essência democrática.
Perder é um ato que exige classe. Para reafirmar, inclusive, que um líder se faz por reconhecer a soberania das regras democráticas. E também por respeitar aqueles valores informais, enquanto desígnios da História.
https://www.instagram.com/p/CHTOAFbhICb/?igshid=1x1tcn19u3h02
Alfredo Bertini – Economista, professor e pesquisador. Ex-Presidente da Fundação Joaquim Nabuco
DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,2970 DÓLAR TURISMO: R$ 5,5030 EURO: R$ 6,1830 LIBRA: R$ 7,0830 PESO…
O Rodoanel foi liberado após um acidente envolvendo cinco carretas na manhã desta quinta-feira (4) provocar o bloqueio…
A prova discursiva da segunda edição do Concurso Nacional Unificado, aplicada neste domingo (7), é uma…
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil variou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, informou o…
Pacientes da Maternidade Escola Januário Cicco, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte,…
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta quinta-feira (4), a 6ª plenária…
This website uses cookies.