Eram 10h50 da manhã de ontem quando o jardineiro João Batista Caetano Alves sentou no banco do motorista do carro modelo Fiesta Sedan, de cor branca. O veículo pertencente à polícia estava estacionado na garagem da casa nº 464, da rua Antônio Lopes Chaves, e era elemento da reprodução simulada. Ao tentar ligar, o carro estancou – indo para frente e parando logo em seguida. Ao fazer a segunda tentativa, João acelerou bruscamente de ré e por pouco não acertou o muro da residência. A agente da Polícia Civil que estava no banco do passageiro acionou o freio de mão e parou o veículo antes da colisão. O jardineiro não encontrou maneiras de explicar a primeira contradição entre a realidade e o que apresentou em depoimento.
João Batista e Marlene Eugênio – acusados de assassinar Olga Cruz e Tatiana Cristina – participaram ontem da reconstituição do crime
Das 8h da manhã até As 13h de ontem, agentes da Polícia Civil e peritos do Instituto Técnico-científico de Polícia (Itep) conduziram a reconstituição dos assassinatos de Olga Cruz de Oliveira Lima e Tatiana Cristina Cruz de Oliveira Lima. As mortes ocorreram no dia 7 de maio passado e o jardineiro João Batista é o assassino confesso da mãe e da filha. Para a polícia, no entanto, ainda há pontos obscuros na investigação. Muitos deles começaram a ser esclarecidos a partir da reprodução simulada.
O fato de o carro ter estacando pode representar muito mais do que aparenta. Para os investigadores, é indício de que João Batista e a sua mulher, Marlene Eugênio Gomes, contaram com o auxílio de outra pessoa – ainda não identificada. Em depoimento, o jardineiro havia afirmado que, após matar as mulheres e roubar os produtos, colocando-os dentro do veículo das mulheres, saiu dirigindo até a sua casa – na zona Oeste de Natal. Para a polícia, é improvável que João Batista, pelas habilidades que demonstrou, tenha conseguido conduzir o veículo por tal distância. Para Andrade, o fato de João Batista não saber dirigir deixa a interrogação de como teria ocorrido a fuga e se outra pessoa ainda não identificada poderia ter participado da ação criminosa.
Fonte: Tribuna do Norte