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Polícia diz que tem ‘todos os indicativos’ de que corpo encontrado é de menino de 8 anos desaparecido em Natal

Corpo que pode ser do menino José Carlos, desaparecido em Natal, foi encontrado em terreno na Zona Norte de Natal — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi

“Nós temos todos os indicativos de fato de que era a criança”. A frase é do delegado Cláudio Henrique Freitas, do Núcleo Investigação Sobre Pessoas Desaparecidas, e aponta que a Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) já trabalha com perspectiva de que o corpo encontrado nessa quinta-feira (12) em uma área de matagal, na Zona Norte de Natal, seja do menino José Carlos da Silva, de 8 anos, que estava desaparecido há 22 dias.

Segundo o delegado, junto com o corpo encontrado na manhã desta quinta-feira, havia “uma bolsa tiracolo que o menino andava sempre, que inclusive aparece nas filmagens” e “as roupas são as mesmas que aparecem nas imagens”.

Com os indícios, a Polícia Civil vai tratar a partir de agora a investigação como homicídio. “Essa investigação vai tomar um rumo diferente da investigação de pessoas desaparecidas e nós vamos seguir as pistas que vão nos chegando”, explicou Cláudio Henrique Freitas.

Segundo o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), o corpo encontrado estava em fase de “esqueletização”, que é compatível com o período em que o garoto está desaparecido.

O órgão informou que a identificação será feita por DNA, que leva em média 30 dias. Os exames também vão identificar a causa da morte.

“Vamos trabalhar com os vestígios do local do crime, com o cadáver e com a identificação do cadáver”, disse o diretor do Itep, Marcos Brandão, que explicou a necessidade do exame de DNA, que é mais demorado.

“A impressão digital fica bem difícil porque o cadáver está em avançado estado de decomposição, então existe a degradação desses elementos e não vai ser possível a gente coletar. Arcada dentária também é difícil porque ele nunca foi ao dentista e nem tem ficha odontológica”.

Sem suspeitos

De acordo com o delegado Cláudio Henrique Freitas, ainda não há suspeitos fortes no caso. Ele explicou que o motivo da polícia ter tirado a mãe e o padrasto da criança do local onde o corpo foi encontrado foi apenas proteção.

“Nós estávamos temendo pela segurança deles e por isso tiramos tanto a mãe quanto o padrasto do local. Apenas para garantir a segurança deles. Seria muita irresponsabilidade minha apontar neste momento para qualquer pessoa”, disse.

“Nós temos casos recentes de pessoas que foram ameaçadas de morte, quase foram linchadas e eram inocentes no fim das investigações. Nós estamos checando todas as linhas, nada está sendo descartado”.

Segundo o delegado, foi impossível identificar à primeira vista marcas de violência no corpo encontrado, devido ao avançado estado de decomposição. “Existiam alguns sinais que só com a perícia necroscópica é que a gente vai poder afirmar com detalhes”, disse.

Buscas anteriores

A região em que o corpo foi encontrado já havia sido vasculhada pelos policiais civis e por bombeiros militares durante as buscas com cães farejadores da Paraíba. Mesmo sem ter encontrado o corpo naquele momento, o delegado Cláudio Henrique Freitas acredita que ele já estava lá e descarta que tenha sido posto depois das buscas.

“Os cães de odor específico apontaram naquela região, mas pela dificuldade de encontrar um odor claro, limpo, houve uma dubiedade no comportamento do cão e a gente acabou afastando aquele local num primeiro momento”, disse.

“Com a aparente negativação do cão de odor específico, nós passamos os cães de cadáver em outras áreas mais fortes. Infelizmente, nós tínhamos pouco tempo, os cães não estavam a nossa disposição de forma integral”.

Corpo encontrado

O corpo foi encontrado enterrado embaixo de uma árvore numa área de matagal entre a Comunidade da África, na Redinha, e Pajuçara, trecho próximo à casa em que o menino José Carlos morava. A descoberta foi feita por moradores que faziam buscas pelo garoto e perceberam uma área de terra que estava mais funda, “fofa” e sob palhas.

Segundo vizinhos, a camiseta no corpo é a mesma com a qual o menino foi visto pela última vez antes de desaparecer no dia 21 de outubro.

Sumiço de José Carlos

José Carlos foi visto pela última vez próximo ao Rio Doce, Zona Norte de Natal, quando saiu de casa para levar um suco para o irmão que estava trabalhando no semáforo do cruzamento da Avenida João Medeiros Filho com a Avenida Moema Tinoco.

Testemunhas que viram o menino afirmaram que ele estava andando por um caminho próximo a um matagal. A família registrou boletim de ocorrência no dia 22 de outubro.

Sem respostas sobre o desaparecimento, familiares fizeram vários protestos cobrando agilidade e realizaram buscas por conta própria em áreas da região.

No início de novembro, policiais civis e militares do Corpo de Bombeiros da Paraíba usaram cães farejadores para fazer buscas na região onde o menino foi visto pela última vez, mas nada foi encontrado.

Nesta quarta-feira (11), quando o desaparecimento completou três semanas, os familiares fizeram um novo protesto em Natal.

Fonte: G1RN

Ponto de Vista

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