O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 0,2% no 1º trimestre, na comparação com o último trimestre do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,714 trilhão.
Trata-se da primeira queda desde o 4º trimestre de 2016 (-0,6%).
Apesar de decepcionante, o resultado veio dentro do esperado pelo mercado, confirmando a leitura de maior fraqueza da atividade econômica neste começo de ano e piora das expectativas.
Além de representar uma interrupção da trajetória de recuperação, que já vinha em ritmo lento, o PIB negativo no 1º trimestre traz novamente o risco de volta da recessão (caracterizada, tecnicamente, por dois trimestres seguidos de queda).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Não houve revisão do resultado do 4º trimestre de 2018 (alta de 0,1% na comparação com os 3 meses anteriores), afastando assim a chance de o país já ter entrado em uma recessão técnica como temia parte dos analistas.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 0,5% entre janeiro e março, pior resultado desde o 1º trimestre de 2017 (0,1%), representando uma desaceleração significativa em relação aos meses anteriores (1,1% no 4º trimestre de 2018 e 1,3% no 3º trimestre de 2018).
De acordo com a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio, o resultado mantém a economia brasileira em patamar semelhante ao que se encontrava no 1º semestre de 2012. “Em relação ao pico, o ponto mais alto do PIB, atingido no primeiro trimestre de 2014, estamos 5,3% [abaixo]”, destacou.
Segundo ela, a perda de fôlego da economia fica mais evidente quando se analisa a taxa acumulada nos últimos quatro trimestres em relação ao mesmo período do ano anterior. Nessa base de comparação, a alta foi de 0,9% no 1º trimestre, abaixo do avanço de 1,1% no 4º trimestre de 2018 e de 1,4% no 3º trimestre de 2018.
O resultado só não foi pior porque o consumo das famílias, que representa 64,3% do PIB total, cresceu 0,3% no 1º trimestre, a 9ª alta seguida. “Se não fosse o consumo das famílias, o resultado poderia ter sido um pouco pior”, destacou Claudia Dionísio.
Embora no campo positivo, o consumo das famílias também perdeu fôlego, após avanço de 0,5% no 4º trimestre e 0,6% no 3º trimestre, pressionado por fatores como inflação mais alta, aumento do desemprego e piora da confiança dos consumidores.
Do lado da oferta, a principal contribuição positiva veio do setor de serviços, que manteve o ritmo de crescimento registrado no trimestre anterior (0,2%). Apesar da alta, os segmentos de comércio (-0,1%) e transporte, armazenagem e correio (-0,6%) registraram a segunda queda seguida.
Veja os principais destaques do PIB no 1º trimestre:
Entre os principais setores, a maior queda foi da indústria (-0,7%), impactada principalmente pelo recuo de 6,3% da indústria extrativa, refletindo os desdobramentos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG). Agropecuária caiu 0,5% na comparação com o trimestre anterior, enquanto os serviços subiram 0,2%.
“Além de Brumadinho, outras barragens também foram paralisadas. Então, essa parte de extração de minério foi muito prejudicada. Além disso, a extração de petróleo e gás também veio no campo negativo”, ressaltou a pesquisadora do IBGE.
A Indústria de transformação teve retração (-0,5%), influenciada principalmente, segundo o IBGE, pela queda da fabricação de equipamentos de transportes, indústria farmacêutica, fabricação de máquinas e equipamentos e fabricação de produtos alimentícios. Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 1,4%.
Já a taxa de poupança ficou em 13,9% no primeiro trimestre, ante 15,4% no mesmo período de 2018. “Se o consumo cresceu mais que o PIB, é óbvio que a poupança vai diminuir”, afirmou Rebeca.
No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram (-1,9%), enquanto as importações cresceram 0,5% em relação ao trimestre anterior. A economia brasileira fechou com 2018 com necessidade de financiamento de R$ 32,3 bilhões ante R$ 23,9 bilhões no mesmo período do ano anterior.
O desempenho fraco da economia nos últimos meses, a queda dos índices de confiança de empresários e consumidores, e as incertezas em relação à tramitação da reforma da Previdência no Congresso têm levado analistas e instituições a revisarem para baixo suas previsões para o PIB de 2019.
De acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central, os economistas dos bancos passaram a estimar crescimento de 1,23% para este ano. Foi a 13ª queda seguida na previsão. Parte do mercado, entretanto, já trabalha com a hipótese de uma alta do PIB abaixo de 1%.
Na semana passada, o Ministério da Economia baixou a sua previsão de crescimento de 2,2% para 1,6% em 2019.
Em 2018, a economia brasileira cresceu 1,1%, após alta de 1,1% em 2017, e retrações de 3,5% em 2015, e 3,3% em 2016.
Fonte: G1
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