PEREGRINO COM BOAS COMPANHIAS – Flavio Rezende

PEREGRINO COM BOAS COMPANHIAS –

Já adentrado no portal dos sessentanos, mesmo assim com a alma agitada e o espírito inquieto, ponho o corpo para atender esses babados e me jogo no mundo diante da realidade que um aposentado “marumeno” financeiramente tem.

O se jogar precisa ser dentro das possibilidades, uma vez que bem de vida – mas não rico, junto meu DNA de escritor e fotógrafo, me hospedando em cantos e recantos baratos, geralmente nos centros históricos, possibilitando racionalidade no gasto pessoal e melhores deslocamentos a pé.

Não viajo para encher o bucho, prefiro alimentar a aura, sendo assim vou me virando com bolinhos de bacalhau, cafés e marmitando pizzas que rendem e substanciam o apetite.

Eis minha receita, andar muito, comer o necessário, mas circular, conversar, interagir, clicar ao máximo, encher cartões de memória, preencher os deslocamentos com as muitas fotos eternizadas em memoráveis instantes.

Neste tour por Portugal/Espanha, já cliquei milhares de vezes e, ao ver tantos filhos criados, difícil querer apagar alguns, uma vez que dando maternidade a eles, injusto seria o descarte, assim cada individualidade merece uma edição, uma produção, para que possa existir, se mostrar, dizer algo.

Viajo desde sempre e, sempre para comer o mundo com os olhos, como se o amanhã não fosse existir, não paro, rodo todos os dias, tendo nestas muitas horas aproveitadas, me utilizado de algumas coisas que são eternas companhias.

Primeiro quero destacar o par de tênis.

Como tenho problema no pé esquerdo, não é todo calçado que dá certo, aí quando dá, vai até arrebentar.

Trouxe apenas um, está comigo nesta peregrinação, pisou castelos, pedras sabão, areia, brita, subiu, desceu, está só o caco, mas todos os dias se apresenta para o tour.

Além do tênis, a CanonT7 e a amada lente 50-500 Sigma. Os óculos redondos, o claro e o escuro, o Samsung S20 e sua câmera fodástica com grande angular mágica.

Teria ainda alguns coadjuvantes como a escova de dente, colírio, a pequena mala preta, uma vez que não trouxe mala grande, para facilitar tudo.

É uma viagem fantástica, nada de excessos ou aventuras muito loucas, mas certas doses de ousadia, de quebrar a preguiça, não deixar a morosidade dominar.

Já são mais de vinte dias de intensa movimentação, física, emocional, espiritual, ainda faltam cinco dias e confesso estar um menino.

Gratidão a meus companheiros de jornada, aos amigos e amigas que me acolheram em passeios diversos, Beth,

Karla, Rodrigo e Abigail, estou amando Portugal, um mergulho inesquecível na alma lusitana, show demais. Luzzzz.

 

Flávio Rezende, aos dezoito dias, décimo primeiro mês, ano dois mil e vinte e um, Cascais, Portugal.

 

 

 

 

 

 

Flávio Rezende – jornalista

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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