1- Um dos enclaves autoritários mantidos pelos civis foi o do serviço de inteligência das Polícias Militares. As P-2 continuam, tal como durante o regime militar, a fazer parte do sistema de informações do Exército, conforme dispuserem os Comandos Militares da Área, nas respectivas jurisdições (Decreto nº 88.797, de 30 de setembro de 1983).
Isto significa que as PMs são obrigadas, por lei, a passar as informações coletadas através do chamado “canal técnico” ao Comandante do Exército. Ou seja, este comandante possui informações sobre o próprio Governador de Estado, pondo em xeque o princípio federativo. E mais: não há qualquer controle das Assembleias Legislativas Estaduais sobre as P-2.
Acrescente-se que policiais militares continuam trabalhando em quartéis do Exército, à disposição do mencionado serviço de informações.
Quer dizer que as informações coletadas pelas PMs de Dória e Witzel, dois rivais de Bolsonaro, são repassadas ao Comandante do Exército.
Esse arranjo institucional poderia ser desmantelado pelo Congresso. Mas continua intacto desde 1985.
2- Ouvi várias interpretações sobre a eclosão das manifestações de rua nos EUA. Não fiquei satisfeito. Resolvi fazer umas pesquisas sobre as fontes de poder e quem as ocupa em Minneapolis. Os resultados foram surpreendentes (pelo menos para mim).
O chefe da polícia é negro; o prefeito é negro; a congresswoman é negra; o vice-presidente do City Council é negro. O City Council tem 12 membros do Partido Democrata (os negros votam 10 a 1 neste partido, comparado ao Partido Republicano) e 1 do Partido Verde.
Além disso, Trump declarou – e não foi contestado – que apenas o Presidente Lincoln fez mais do que ele para os negros.
Consequentemente, indago: o que vem a ser o tão decantado racismo estrutural?
Em Los Angeles, integrantes do “Black Lives Matter” saquearam lojas pertencentes aos judeus, vandalizaram uma sinagoga e picharam paredes com a inscrição “Palestina Livre”. São estes os que estão lutando contra o racismo?
Jorge Zaverucha – Doutor em ciência política pela Universidade de Chicago (EUA), é professor titular do departamento de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco. Autor do livro “FHC, Forças Armadas e Polícia – Entre o Autoritarismo e a Democracia” (2005, ed. Record)
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