Eliéser Girão Monteiro Filho

Este lema positivista, constante da Bandeira brasileira, pelo visto é mais uma das coisas que chamamos no Brasil de que “é algo para inglês ver”.

A situação atual quanto aos movimentos sociais, principalmente as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), pode nos conduzir a conclusões de ameaças à manutenção de uma ordem dentro do País. E vejam que este movimento social chegou a ser comparado a um “exército” pelo ex-presidente Lula. Lamentável atitude, mas normal considerando-se a pessoa do nominado, que faz apologia de que não é necessário estudo para que sejamos cidadãos de bem.

Por um momento temos que refletir se existe verdadeiramente ordem no Brasil de hoje.

Os Poderes atuam de forma independente? Sim, mas nem tanto assim. Os acordos “surdos” feitos entre alguns integrantes dos Poderes da República são eivados de interesses pessoais, fazendo com que esta independência seja relativa.

Cada vez mais sabemos de atitudes comprometidas atendendo a estas situações e deixando que o interesse coletivo seja esquecido muito facilmente.

Esta situação compromete a República e a própria Constituição. A forma de governo precisa da atuação independente dos Poderes para que haja a afirmação de que estamos num regime Democrático.

As Instituições destinadas à segurança e defesa não atuam de forma integrada, com raros exemplos positivos. E quando atuam estão comprometidas por medidas políticas que limitam as ações e geram distorções que não permitem que o objetivo final seja o combate ao crime de forma eficaz.

Na verdade falta um planejamento estratégico de Estado. O que temos presenciado são tentativas de planos de governo, que na maioria das vezes atendem a interesses eleitorais. O que acabamos de presenciar nas eleições de 2014 foi mais um exemplo desta afirmação.

As Forças Armadas tem sido instadas a atuar nas ações de segurança pública sem os instrumentos legais que deveriam ser ofertados, para que as ações militares possam traduzir na completa eliminação das ameaças ao direito sagrado da segurança para os cidadãos.

O exemplo do emprego nas favelas cariocas esta demonstrando que isto precisa ser mudado. Não devem os militares das FFAA serem empregados para apenas “cercar as comunidades”. O investimento casa a casa e rua a rua precisa ser feito para que a “limpeza” da área seja efetuada e, ao ser devolvida às forças policiais ela esteja limpa da presença de pessoas que vivem à margem das Leis.

As pessoas já não circulam mais nas ruas como o faziam há 30 ou 40 anos atrás. Não podemos deixar de considerar que o excessivo consumismo mostrado de forma intensa tem gerado desejos de posse muito acima da realidade dos brasileiros, levando alguns jovens e adultos mal formados quanto aos princípios éticos e morais a cometerem crimes na busca de uma igualdade de oportunidades. Esqueceram estes de que se você quer ter algo deve trabalhar para tal. E um outro absurdo tem sido de que alguns “defensores” de criminosos tem afirmado que “seus clientes são trabalhadores”.

Quanto ao termo Progresso, no tocante ao aspecto econômico, apesar dos discursos eleitoreiros de 2014 o que presenciamos no momento é uma recessão clássica, com a volta do fantasma da inflação e números de desempregados cada vez maior.

A situação da economia já se encontra muito abaixo da média dos demais países do continente e a deflação é a realidade de 2015. Sintomas que infelizmente nos colocam na contramão dos demais países da região. E vejam que não existe mais uma crise mundial.

Os maiores vilões de outras crises eram a alta do preço do barril de petróleo ou a alta do dólar. Hoje, estes argumentos não podem ser usados.

Em relação ao aspecto social do Progresso, infelizmente não podemos aceitar que as custas de uma política assistencialista, teóricos venham a citar argumentos de que a população “ganha mais dinheiro e por isso vive melhor”. Estamos criando mentes que se acostumaram a receber sem trabalhar e isto não é positivo “nem aqui nem na China”.

Quanto ao aspecto político da Ordem e Progresso, o ano de 2015 será decisivo para as Instituições brasileiras. Uma vez mais estamos observando o comprometimento de autoridades da República em escândalos incompatíveis para a posição que as mesmas ocupam. As vozes das ruas ainda não foram incorporadas às vozes dos desempregados. Quando isto vier a acontecer a situação poderá ficar insustentável.

“Esperança” poderia ser uma das palavras a serem colocadas na bandeira, acrescida antes da palavra ordem.

Bem, esta é a minha opinião.

 Eliéser Girão Monteiro Filho – Ex secretário de Segurança do RN

Ponto de Vista

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