As relações dos diretores e executivos da Odebrecht com diversos políticos foram construídas ao longo de décadas. A constante troca de favores construíram as pontes que abasteceram campanhas eleitorais por muito tempo. A construtora gozava de prestígio com parlamentares, governadores e presidentes de partidos governistas e oposicionistas. Além de dinheiro, presentes eram dados como mimos para alguns deles. O próprio Emílio Odebrecht, falou sobre algumas relações constituídas há mais de três décadas, sendo uma delas, justamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde o fim da década de 1980. Emílio deixou a presidência em 2001, mas ressaltou que organizou diversas reuniões com empresários até 2002, diante da resistência do mercado à candidatura de Lula. O empresário também comentou que cultivou relacionamento próximo, além de Lula, com Antônio Carlos Magalhães, Hugo Chávez, e o presidente de Angola, Zé Eduardo Santos. Na última segunda-feira, ao juiz Sérgio Moro, o herdeiro da empreiteira, Marcelo Odebrecht, falou sobre a forma como o relacionamento evoluiu e afirmou que a empreiteira repassou a Lula, por intermédio do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, R$ 40 milhões, para custear despesas do petista no fim do mandato, e para manter a relação. Marcelo Odebrecht também detalhou que a empreiteira começou a se relacionar com outros políticos, dentre eles o senador Aécio Neves (PSDB-MG) a partir de 2001, quando ele ainda era deputado federal.