José Maria Barreto de Figueiredo

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Assim escreveu Cora Coralina reportando-se à nobre missão do professor. A minha vida ficou marcada pela presença de tantas pessoas maravilhosas que me indicaram o caminho da descoberta e do saber que hoje forma o meu acervo cultural. Tenho por todos uma imensa gratidão e guardo a imagem de todos bem dentro de mim debaixo de sete chaves, no lado esquerdo do peito, como diz o Milton Nascimento.

Hoje permito-me citar uma dessas pessoas, porque há uma razão toda especial: ela já completou 90 anos de vida. Trata-se da professora Maria Conceição Teixeira Dourado.

Para todos nós que fomos seus alunos é uma dádiva de Deus tê-la em nosso meio cheia de vida, lúcida e feliz.

Lembro-me bem, eu tinha 7 anos. Meu pai, apesar de suas características de amor e bondade, mantinha-se sempre austero e rígido quando se tratava de moldar nos filhos o bom caráter e a dedicação ao estudo. Qualquer nota mediana, já se sabia o resultado: a palmatória era usada sem dó nem piedade.

Foi nessa época, no inicio da década de 50, que eu comecei a frequentar as aulas da professora Maria Conceição Teixeira Dourado. Cheguei e fui logo fazendo muitos amigos. Lembro-me de pessoas importantes que hoje fazem parte do nosso mundo empresarial e politico. Cito apenas um, porque este faz parte de meu caminhar pela vida: Jussier Santos. Somos quase irmãos. As vezes papai se esquecia de fornecer-me o lanche e Jussier dividia comigo a sua merenda. É isto mesmo: merenda. Depois adotaram este estrangeirismo: lanche. Vá lá!

A escola ficava na rua Floriano Peixoto. Todos os dias, lá estava a professora MariaDourado para nos receber carinhosamente, sempre atenta às nossas necessidades de aprendizagem. Dirigia a todos sempre uma palavra de motivação e incentivo.

As gerações de 40, de 50 e tantas outras por ela foram plasmadas e Deus a recompensou permitindo que visse os filhos dos filhos que ela ensinou inseridos na sociedade, ocupando posição de destaque, como lideres eficazes, segundo a denominação de Tom Peters.

Lemos em o Pequeno Príncipe: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Educar é um ato de amor, é partilhar o saber. É por isso que a professora Maria Dourado foi essencialmente alguém que soube cativar e partilhar. Se me cativas eu serei eternamente pleno em gratidão.

E ouvindo a voz que vem do coração eu e todos meus amigos daquela época saudosa, formamos um coro uníssono para dizer em voz alta: obrigado professora Maria Conceição Teixeira Dourado. Que o Senhor Deus retribua com suas bênçãos tudo o que fez por nós e plenifique com suas graças os seus anos de vida, que eles sejam muitos e venturosos.

 José Maria Barreto de Figueiredo – Diretor Presidente da FACEX

Ponto de Vista

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