O HOMEM, ANIMAL POLÍTICO, JÁ DIZIA ARTISTÓTELES. PORÉM, RACIONAL? – Maciel Matias

O HOMEM, ANIMAL POLÍTICO, JÁ DIZIA ARTISTÓTELES. PORÉM, RACIONAL? –

Estamos passando por um período de grandes mudanças em todo o mundo. O enfrentamento de uma pandemia que se associa a mudanças de comportamentos, tecnologias, identificações, religiosidades e valores. Projetos de ocupação e descobertas fora do nosso planeta. Grandes perdas de vidas, contrastando com índices no aumento de longevidade da humanidade. Tudo isso está acontecendo em um curto espaço de tempo.

Entre tantos assuntos para comentarmos, me deparei com Aristóteles, (384/322 a.C.) e sua visão de Política atrelada à moral, sendo essa vinculada ao cidadão, aquele que exerce a política. Segundo ele, a política deve ser praticada na cidade, o local mais propício para encontrar a felicidade, ações virtuosas praticadas através da consciência ética e da cidadania onde vive o cidadão. O cidadão é aquele que tem o direito de administrar a justiça, exercer funções públicas e deliberativas. Atuando efetivamente politicamente.

Vejamos as contradições do momento. Aristóteles associa a felicidade a um bem supremo constituído por ações virtuosas através da consciência ética e da cidadania aplicadas à política.

Não é a política que está errada em seus conceitos básicos, mas, com certeza a grande maioria dos políticos que usam o povo para chegar ao poder e os enganam priorizando seus próprios objetivos. Como está difícil fazer a escolha de alguém para governar os nossos destinos. Para um lado, um estremo à direita, para o outro um estremo à esquerda, ao se aproximar do centro surgem várias vertentes, na sua maioria oportunista na espera do momento certo para ocupar o seu espaço e garantir os seus interesses. Não existe plano de governo que possa ser discutido pelo povo e pelas organizações sociais. As áreas mais críticas, como educação e saúde com baixa qualidade e resolutividade não conseguem atingir as necessidades da população mais carente. Será falta ou desvio de recursos? Nem sempre, muitas vezes é falta de uma gestão tecnicamente qualificada e equipe motivada. Como resolver esses problemas? Certamente não é fácil. Os países que conseguiram, tiveram como base a educação e começaram investindo na educação fundamental. Não adianta formar “doutor”, como alguns fazem, sem terem uma base cultural e intelectual associada a uma visão ampla para tomar decisões, criar, pensar e ter liberdade com responsabilidade. Será uma utopia e um desperdício para toda uma geração e  o nosso país.

–  Esquerda, direita! E o Centrão? Pergunta um amigo. – Tem uma grande diferença em ser politicamente de centro e ser do Centrão?

– O Centrão é a pior de todas as ideologias políticas.

– Pior? Pior do que os extremos?

– Primeiro, temos que definir que tanto, a esquerda, a direita e o centro são politicamente definidos, enquanto o Centrão não tem definição política, ideológica e porque não dizer moral, plagiando Aristóteles. O Centrão é um grupo de oportunistas que se identificam com o poder cujo objetivo é conseguir vantagens e privilégios que os garantam continuamente no poder. Geralmente são os primeiros a mudarem de pontos de vista nas primeiras dificuldades, negando compromissos anteriormente assumidos. Não têm nenhuma orientação ideológica, a não ser, o fisiologismo.

– Parece que você tem razão. Mas, será que não se pode mudar de opinião?

– Claro que sim. O diálogo, a capacidade de convencimento são estratégias para qualquer um mudar de opinião. Porém os princípios morais, éticos e humanitários, fazem a base do caráter do indivíduo e isso falta em alguns, principalmente quando a ganância, o orgulho e a maldade ultrapassam esses princípios.

– É isso amigo, vamos esperar que um dia a coisa mude.

– Isso só mudará quando cada um de nós mudarmos e deixarmos de pensar somente em nós e sim na sociedade como um todo, respeitando o outro nos seus hábitos e estilo de vida.

– Conviver com os contrários não é fácil.

– O mundo é assim. Temos que nos adaptarmos ao mundo e não o mundo a nós.

– Como dizia Aristóteles “A turbulência dos demagogos derruba os governos democráticos” Até a próxima amigo e Feliz Ano Novo.

 

 

 

 

Maciel Matias – Médico mastologista, maciel.omatias@gmail.com

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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