NOVO GOVERNO CHEGANDO, O QUE PROMETEM PARA O NORDESTE? – Luiz Serra

NOVO GOVERNO CHEGANDO, O QUE PROMETEM PARA O NORDESTE? –

Haddad, chamado amistosamente de Andrade, prometeu em programa político que irá completar as obras da Transposição do São Francisco. Desde primeira hora externei minha convicção pela pertinência da extensa obra, visto que o cataclismo sertanejo da seca já produziu centenário sofrimento aos Estados que compõe o polígono climático.

A obra foi a mais dispendiosa do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, iniciada em 2007 com o presidente Lula, no entanto os prazos de entrega, 2010, para o eixo norte, e 2012, para o eixo leste, não se concretizaram. Claramente as prioridades para vultosos investimentos ficaram destinadas a outros propósitos.  Com a atual crise, os altíssimos custos podem inviabilizar a obra, além da crítica do cientista Aziz Ab’Sáber que alega ser inviável fazer ultrapassar a chapada do Araripe para chegar as águas no Ceará. Que se faça alterações, mas não se perca o que já se construiu custosamente.

Bolsonaro relatou que visitou Israel, e prometeu que levará para a vasta região do poente nordestino da seca “as tecnologias israelenses que deram certo em território desértico”. De relevo, 50% do país é de baixíssima pluviosidade, ou era. Ainda Israel não tem rios correntes, nem lagos volumosos. O país desenvolveu tecnologia e hoje conta com grandes espaços agricultáveis. É preciso saber a que custo; Israel é país rico. No processo relatado pelo candidato de direita, Israel conseguiu fazer com que 70% a 80% do volume da água consumida nos lares seja dessalinizado. Ainda mais, que 100% da água utilizada na agricultura se deu por processo de irrigação, atuando métodos de aproveitamento por cotejamento sustentável, entre outros procedimentos. O candidato do PSL, líder folgado nas pesquisas, afirmou que irá “usar a estratégia de Israel para o Nordeste brasileiro”.  A ver.

São promessas eleitorais a que o nordestino, como de interesse todo brasileiro, deve se ater, fazendo seu papel na democracia, com base na dúvida que não deve se imiscuir a debates e falas de improviso. Tais discursos são compromissos que deveriam ser registrados em cartório para que os eleitores, principalmente os que vivenciam as resultantes dessas promessas, não fiquem com as mãos abanando. A ver tudo isso com atenção o que está sendo prometido, para ser cobrado em tempo hábil.