Os três cientistas dividirão igualmente o prêmio, que totaliza 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões), pelo desenvolvimento das estruturas metal-orgânicas, conhecidas como MOFs (metal-organic frameworks) — materiais ultraporosos capazes de capturar, armazenar e separar moléculas em nível atômico.
Imagine uma esponja, só que feita de átomos. É assim que funcionam os metal-organic frameworks (MOFs). Cada estrutura é composta por íons metálicos (como cobre, zinco ou cobalto) ligados a longas cadeias orgânicas que formam um cristal com inúmeros poros microscópicos.
Esses “buracos” são tão pequenos e organizados que permitem capturar gases, armazenar energia ou separar moléculas específicas — uma espécie de “engenharia de espaços vazios” dentro da química.
Os MOFs são tão porosos que alguns gramas do material têm área interna equivalente a um campo de futebol. Isso significa que eles conseguem absorver quantidades imensas de gás ou vapor em comparação com outros materiais.
“Essas estruturas têm um potencial enorme, criando possibilidades inéditas de materiais sob medida com novas funções”, explicou Heiner Linke, presidente do Comitê Nobel de Química.
A pesquisa começou ainda nos anos 1980, quando Richard Robson percebeu que poderia usar a atração natural entre íons metálicos e moléculas orgânicas para criar cristais com cavidades internas.
Mais tarde, Susumu Kitagawa, da Universidade de Kyoto, mostrou que esses materiais podiam ser estáveis e flexíveis — capazes de absorver e liberar gases sem se desmanchar.
Já Omar Yaghi, da Universidade da Califórnia em Berkeley, desenvolveu versões ultrarresistentes, como o MOF-5, que permanece intacto mesmo a 300 °C e pode ser moldado conforme a necessidade do uso.
Foi Yaghi quem também demonstrou uma das aplicações mais emblemáticas: extrair água do ar do deserto. Seu grupo criou um material que, durante a noite, captura vapor d’água e, ao amanhecer, libera o líquido quando é aquecido pela luz do sol.
Embora ainda sejam estudados principalmente em laboratório, os MOFs já têm aplicações reais e promissoras:
Desde as descobertas originais, cientistas do mundo todo já criaram dezenas de milhares de variações de MOFs — cada uma com propriedades específicas para resolver desafios diferentes.
Por isso, há quem veja esses materiais como “o material do século XXI”, com potencial para transformar desde o combate às mudanças climáticas até a criação de medicamentos e baterias mais eficientes.
Com os “novos cômodos” criados dentro das moléculas, Kitagawa, Robson e Yaghi ajudaram a abrir espaço — literalmente — para que a química encontre novas soluções para os grandes problemas da humanidade.
Os três dividirão igualmente o prêmio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões) concedido pela Academia Real das Ciências da Suécia.
O Nobel de Química de 2024 reconheceu David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper por decifrarem os segredos das proteínas — moléculas essenciais à vida — com a ajuda da inteligência artificial (IA) e da computação de alto desempenho.
Baker, professor na Universidade de Washington (EUA), foi premiado por desenvolver o design computacional de proteínas, processo que permite criar moléculas inéditas com funções específicas, usadas em medicamentos e vacinas.
Hassabis e Jumper, por sua vez, foram reconhecidos por criarem o AlphaFold2, modelo de IA da Google DeepMind que solucionou um desafio de 50 anos: prever a forma tridimensional das proteínas a partir de suas sequências de aminoácidos.
“Os químicos há muito sonham em entender e dominar completamente as ferramentas químicas da vida — as proteínas. E esse sonho agora está ao nosso alcance”, afirmou o comitê do Nobel na época.
As descobertas de Baker, Hassabis e Jumper redefiniram o estudo das proteínas, abrindo novas fronteiras para a criação de remédios, vacinas, nanomateriais e sensores.
Antes dessas técnicas, determinar a estrutura 3D das proteínas exigia métodos experimentais lentos e caros, como cristalografia e ressonância magnética nuclear.
Agora, com o AlphaFold2, é possível prever rapidamente a forma de milhões de proteínas — ferramenta já usada em mais de 190 países por cientistas que estudam doenças e buscam novos tratamentos.
O comitê destacou que o prêmio de 2024 marcou o início da era da biologia assistida por IA, em que a combinação de química, biologia e ciência da computação acelera descobertas que antes levavam décadas.
Fonte: G1
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