A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala deve ser tornar, nesta segunda-feira (15), a primeira mulher e a primeira africana a chefiar a Organização Mundial do Comércio (OMC), que está sem líder desde que o brasileiro Roberto Azevêdo deixou o cargo, um ano antes do fim de seu mandato, em agosto.
Após meses de discussões e processos seletivos, a nomeação de um novo diretor-geral será incomum devido à pandemia de Covid-19, que abalou a fé na liberalização do comércio mundial, o DNA da OMC.
Okonjo-Iweala, chamada por alguns de Dra. Ngozi, a única candidata ainda na disputa graças a um amplo consenso e apoio da União Africana e da União Europeia, assim como dos Estados Unidos, não comparecerá à sede da OMC nas margens do Lago Léman, em Genebra. Nem os delegados, que terão que debater sua escolha por videoconferência. Ela se dirigirá à imprensa virtualmente.
A sessão especial terá início às 14h GMT (11h de Brasília), de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira (12).
No final de outubro, o governo do ex-presidente americano Donald Trump, que em quatro anos fez todo o possível para enfraquecer a organização, bloqueando inclusive o consenso que se delineava em torno da nigeriana de 66 anos.
Após vários meses de paralisia, a administração Biden levantou em 5 de fevereiro o principal obstáculo à nomeação de Ngozi Okonjo Iweala como presidente da OMC, oferecendo “seu apoio contínuo” à candidatura nigeriana.
Poucas horas antes, a única outra candidata ainda na disputa, a ministra do Comércio sul-coreana Yoo Myung Hee, havia anunciado sua retirada após consultar os Estados Unidos que, sob o governo Trump, eram seu principal defensor.
Duas vezes ministra das Finanças e chefe da pasta de Relações Exteriores da Nigéria por dois meses, Okonjo-Iweala, de 66 anos, começou sua carreira no Banco Mundial em 1982, onde trabalhou por 25 anos. Em 2012, não conseguiu se tornar presidente desta instituição financeira e o cargo coube ao americano-coreano Jim Yong Kim.
Ela foi a primeira mulher de seu país a comandar os ministérios das Finanças e das Relações Exteriores.
Até recentemente, também presidiu a Aliança Global para Imunização e Vacinação (GAVI, na sigla em inglês) e liderou um dos programas da Organização Mundial da Saúde de luta contra a Covid-19.
Agora, ficará à frente de uma instituição que, desde sua criação em 1995, foi dirigida por seis homens: três europeus, um neozelandês, um tailandês e um brasileiro.
Sua carreira acadêmica e profissional é impressionante, mas Dra. Ngozi também tem detratores que a criticam por não ter feito mais para erradicar a corrupção quando esteve à frente das finanças do país mais populoso do continente.
“Mais do que tudo”, dirigir a OMC exige “audácia, coragem”, disse ela àqueles que a consideram carente de conhecimentos técnicos em um ambiente regido por regras bizantinas.
A coragem será, de fato, essencial para tirar a OMC de sua crise quase existencial.
A pandemia expôs todas as fraturas causadas pela liberalização do comércio mundial, desde a dependência excessiva de cadeias produtivas dispersas, até os excessos da realocação industrial ou a fragilidade do tráfego comercial.
Recentemente, pediu à OMC que se concentrasse na pandemia. Seus membros estão divididos quanto à conveniência de isentar de direitos de propriedade intelectual os tratamentos e vacinas anticovid para torná-los mais acessíveis.
Muitos países em desenvolvimento são a favor das isenções de patentes. Mas os países ricos acreditam que as regras atuais previstas pelo Acordo da OMC sobre aspectos dos direitos de propriedade intelectual são suficientes.
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