Há quase 45 anos em operação e campeãs de resistência e quilometragem, as sondas Voyager 1 e 2 entraram em sistema de racionamento de energia para continuarem em ação no espaço. Elas foram lançadas em 1977 pela Nasa, a agência especial americana, em direção ao Sistema Solar exterior para estudarem os planetas gigantes.
O impacto causado pelas imagens das duas sondas marcou uma geração inteira – a minha por sinal – e foram parar em filmes, série e quadrinhos. As descobertas das Voyagers só foram equiparadas em importância na década de 1990 com o lançamento da sonda Galileo para Júpiter, e da Cassini para Saturno.
Com o passar do tempo, pouca coisa ainda é mantida operacionalmente nas naves. Fazer isso requer eletricidade, que está ficando cada vez mais escassa. Além de energia para fazer os instrumentos funcionarem, é preciso usar aquecedores para mantê-los à temperatura operacional. No espaço profundo, muito distante do Sol, a temperatura chega a menos de 200 graus Celsius abaixo de zero. Nada funciona a essa temperatura.
As duas naves tiram sua energia de um dispositivo radioativo, a partir do calor gerado pelo decaimento de plutônio, e justamente os aquecedores são as peças que mais consomem energia. Desde que as sondas foram lançadas, a produção de energia caiu 40% e, a cada ano, ela diminui em torno de 4W.
Então, para manter a Voyager 2 em funcionamento, a Nasa decidiu desligar o aquecedor do seu detector de raios cósmicos, justamente o instrumento que revelou que ela tinha deixado o Sistema Solar. Com esse plano de racionamento, a agência americana pretende manter os aquecedores dos outros instrumentos, que estão estudando o plasma interestelar e a interação dele com o plasma emitido pelo Sol.
Mais importante do que manter os instrumentos funcionais – mesmo porque o detector de raios cósmicos continua funcionando mesmo a temperaturas de -60 graus Celsius – é manter os propulsores operacionais. De vez em quando é preciso fazer disparos curtos dos foguetes com a finalidade de manter a antena das naves apontadas para a Terra. Sem isso, nada de comunicação.
Em 2017 foi preciso fazer uma dessas correções dessas com a Voyager 1, e por pouco não foi possível reposicionar a antena, depois que os motores principais não responderam e foi necessário passar para um sistema auxiliar.
Para evitar o mesmo problema com a Voyager 2, os engenheiros da Nasa também fizeram essa troca de sistema, já que os motores principais foram usados pela última vez em 1989, após o encontro com Netuno.
O trabalho das duas, no entanto, começou antes: a Voyager 1 fez um sobrevoo de Júpiter e Saturno antes de começar sua jornada aos confins do Sistema Solar. A ideia era passar por Titã, uma vez que as imagens das sondas Pioneers tinham se mostrado muito interessantes. Esse desvio fez com que a Voyager 1 assumisse uma trajetória que a impediu de visitar os demais planetas. A honra de pesquisar os planetas Urano e Netuno ficou com a Voyager 2, depois de ela ter dado uma passadinha por Júpiter e Saturno também. Atualmente, ambas já deixaram o Sistema Solar e estão a uma distância de quase 22 bilhões de quilômetros.
Depois de completarem a missão, os instrumentos de ambas foram desligados pouco a pouco. Não fazia sentido manter as câmeras ativas, por exemplo, já que, depois de Netuno, não se esperava nenhum encontro com qualquer objeto. Mas, antes disso acontecer, em 1990, a Voyager 1 se virou para “trás” e tirou a icônica foto de família do Sistema Solar. No meio dela, a mais de 6 bilhões de quilômetros, a Terra aparece como um “pálido ponto azul”. Essa foto até hoje é usada para mostrar quão insignificantes a Terra, e nós mesmos, somos em relação à imensidão do universo.
Depois disso o controle da missão decidiu manter apenas poucos instrumentos, medindo o fluxo de raios cósmicos e plasma espacial. Foi com esses instrumentos que ficou determinado que ambas as naves tinham escapado do Sistema Solar – a Voyager 1 em agosto de 2012, e a Voyager 2 em novembro de 2018.
Com esse plano de contingência, espera-se que as Voyagers permaneçam operacionais ainda por um bom tempo, talvez por mais de uma década. Como disse o gerente científico do projeto, ambas as naves estão em um lugar nunca antes visitado. Todos os dias chegam dados inéditos, então todo dia é dia de descoberta.
Fonte: G1
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