NÃO É DO AMOR QUE TENHO MEDO… –
– Existe alguém no seu coração?
– Não amo ninguém, respondi secamente. Só tenho amado a mim, nesses últimos tempos.
– Você é uma mulher linda e muitos homens desejariam tê-la junto a eles.
E emendou com duas perguntas:
– Você tem medo do amor? Não ama ninguém?
E antes que eu pudesse responder, ele acrescentou ao questionamento:
– Estou triste em ouvir isso de você.
Nesse interim, busco uma resposta que possa encerrar de vez aquele diálogo, de certa forma, invasivo:
– Na verdade, eu tenho medo do ser humano e de suas imperfeições, do homem que não sabe se dar, amar, cuidar, importar-se. Que magoa e maltrata, gratuitamente, com a desculpa que “foi involuntário”, como costumam dizer. Não tenho medo do amor propriamente dito, este, se bem sentido, só faz bem.
Gostaria de ter dito mais. Não valeria a pena tentar explicar que não se trata do amor do outro e, sim, do que o outro possa nos fazer por causa desse amor, ou desamor. Bom, quero deixar claro que não tem nada a ver com dependência ou escora emocional, é sobre o que merecemos e o que queremos para nossas vidas. Não podemos aceitar farelos de atenção, centavos de amor, mixarias de cuidados ou uma bagatela de sentimentos. O amor é nobre e merece toda a realeza da qual faz parte. É sobre não aceitar menos do que granjeamos.
Nisso, sua última investida:
– O amor é o único que pode mudar todas essas coisas em uma pessoa, continuou com sua reflexão acerca do amor. Quando uma pessoa ama tudo muda, ela se torna uma pessoa gentil, sensível composta de sentimentos, uma pessoa de bom coração.
Concordo com ele (em partes), no entanto, o amor não é receita pronta, que pode ser vivido por frases feitas. É mais. Deve ser mais. Amar é um risco, sim, todos sabemos, não há garantias. Que bom que não há garantias, pois são essas emoções imprevisíveis que a relação nos proporciona que nos faz sentirmos vivos, e só por isso já vale a pena viver e sentir o amor. Contraditório? Talvez.
Bom, o fato é que deixei a conversa de lado, não havia razão para continuar, nem ao menos me despedi. Devo ter sido deselegante, mas algo estava se projetando em meus pensamentos, precisaria entender o que se passava nas desarrumações que aquele diálogo havia me provocado.
Agora, estava eu, sentada de frente para o meu computador. Ele, meu PC, tem me parecido meio vazio. Existem tantas coisas dentro dele, mas a única coisa que ele conseguiu me dar foi uma folha em branco… começar, recomeçar, retomar numa tomada de indecisões que cercam às lembranças de tudo que vivemos. Início, para voltarmos à estaca zero.
Será que vale a pena se dar uma nova chance? Sem titubear eu respondo em alto e bom tom:
– Sempre vale a pena amar! Só por isso eu vivo, pelo amor e para ser amada.
Mas, tem que valer a pena.
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora
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