NA MINHA ÉPOCA

Adverso ao que insinua o título acima a minha época é a atual. Não sou daqueles que perdem tempo comparando a vida presente com tempos idos. Lamentando as mazelas da modernidade em detrimento da simplicidade encontrada em diferentes áreas e costumes de antigamente. Pelo contrário!

Prendo-me aqui as benesses decorrentes das alterações de condutas, procedimentos e no avanço da tecnologia que modificaram os padrões de convivência dos que estão hoje acima dos sessenta anos de idade, deixando-os um tanto desorientados e temerosos com os avanços advindos do mundo moderno.

Vejamos as vantagens de agora. Comecemos pela qualidade e dilatação do nosso tempo de vida obtidas com as descobertas da medicina; pela facilidade de locomoção e, em especial, pelo vanguardismo da comunicação; passeando pela linha do conforto e da ampla e variada atualização do que ocorre ao nosso redor – temos ciência do que acontece em qualquer hemisfério do planeta em tempo real.

Na época contemporânea, sem se locomover, o indivíduo pode viajar pelo mundo mediante a gama de informações acumuladas e facilitadas pelas redes globais de milhões de computadores conectados entre si, que permitem a troca de dados entre dispositivos para oferecer serviços antes inimagináveis de acontecer.

Não sou daqueles que se apegam com afinco ao passado, rejeitando as benesses da modernidade. É verdade que as modificações ocorrem numa rapidez de estontear os menos jovens, ainda assim procuro a melhor adaptação possível. Ou agimos dessa forma ou ficaremos escanteados do hoje, vinculados a lembranças pretéritas.

Porém nem tudo são flores no presente. Detesto as poluições sonora e do ar, o trânsito caótico, a correria desenfreada em toda e qualquer atividade, a desonestidade escancarada, o mau caráter de determinados políticos, o crime organizado, as constantes tentativas de golpes cibernéticos, regimes políticos totalitários e as guerras insanas, resultando sempre no sofrimento dos menos favorecidos.

Como insubstituíveis costumes da época passada aponto o tempo que dispúnhamos para papos entre amigos e com a família, a segurança individual, as manifestações de cortesia, a solidariedade ante a desgraça alheia e o respeito aos mais velhos.

Algo que eu não consigo digerir na atualidade e somente comento com vocês na intimidade desta prosa é a falta de qualidade da nova música popular brasileira. Sem querer globalizar o mau gosto louvo as eventuais boas composições que surgem.

Sem dúvidas o conceito de música popular de qualidade ficará deturpado após o jovem ouvir “Na Boquinha da Garrafa” e “Pau que Nasce Torto”, ambos melôs do conjunto Tchan. Verdade! A massificação da música popular ruim no final prevalecerá na memória da criançada.

Essa preocupação já possuía Ariano Suassuna, quando leu comentário sobre a genialidade do guitarrista da Banda Calypso, conhecido por “Ximbinha”. Disse ele: “Se ‘Ximbinha’ é um gênio, como qualificarei Beethoven?”.

Talvez eu esteja exagerando nos meus devaneios ao ponto de criar celeumas sobre tais posicionamentos. De sorte que eu me proponho maneirar nos próximos relatos para manter intato o nosso convívio semanal. Mas, cá entre nós, desde que estejamos ouvindo a riqueza das melodias e letras dos anos 60 e assemelhadas.

Vamos em frente com suavidade. A pressa só se justifica dado que a vida é curta!

 

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa Engenheiro Civil

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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