MUNDO DE PONTA CABEÇA – 

Diz o ditado popular que o pior cego é o que não quer ver. Pois bem, tal afirmativa se estende, por analogia, para os que não atentam que o nosso mundo está virando de ponta cabeça quanto ao equilíbrio ambiental.

Os indícios de alerta estão presentes em todos os continentes do planeta. Então vem a pergunta: quando o clima começou a mudar? As mudanças climáticas não aconteceram de uma hora para outra. A história evolutiva dessa mudança está ligada, intrinsicamente, às alterações provocadas no clima da Terra deste a formação do planeta.

As mudanças climáticas acontecem por causas naturais ou antrópicas. As primeiras ocorrem pelas mudanças climáticas, pela própria órbita da Terra, por fenômenos como El Niño e La Niña e atividades vulcânicas, também, pela própria órbita da terra. Já as não naturais decorrem das queimadas de combustíveis fósseis, do aumento do desmatamento, de gases poluentes produzidos por indústrias e automóveis e pela poluição do solo e dos recursos hídricos.

O que acontece no momento é que essas causas não naturais estão acelerando, além do normal esperado, as mudanças climáticas. Em razão disso o planeta manda o seu recado na forma de incêndios, inundações, neve onde nunca nevou e secas extremas. O aumento da temperatura global acarreta o descongelamento das geleiras e o consequente aumento do nível de água do mar.

Fenômenos estranhos como as últimas inundações em cidades da Alemanha e da Bélgica são preocupantes; incêndios nas ilhas Gregas e na Turquia, e a falta de chuva no Pantanal brasileiro e os biomas nele existentes sendo comprometidos, são alertas do planeta de que algo anda errado.

É inequívoca a afirmativa que o descontrole do clima aqueceu a atmosfera, os oceanos e o solo. Hoje, vemos os termômetros assinalarem temperaturas no entorno dos 50°C em diversos países da Europa, fato antes constatado apenas no deserto do Saara e na África.

As metas previstas, em 2015, quando 196 países, inclusive o Brasil, assinaram o Acordo Climático de Paris, não estão sendo cumpridas. Em 09 de agosto deste ano, a ONU na 54ª sessão do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima) traçou um diagnóstico terrível para o nosso planeta.

Em resumo, foi dito que: a) as atividades humanas aqueceram o planeta; b) as emissões causadas pelo homem são agora responsáveis por um planeta alterado e menos estável; c) se começarmos a agir agora, em todos os cenários o planeta aquecerá em pelo menos 1,5° C até 2030; e, d) os tomadores de decisão precisam implementar planos de emissão zero se quisermos parar o aquecimento. O nosso planeta está permanentemente transformado e, quanto mais ele esquenta, pior fica.

Certamente, meus netos e bisnetos nunca desfrutarão do prazer de vestir um agasalho contra o frio, à noite, nos meses de julho e agosto, em Natal, como eu fazia no tempo de rapazola para ir visitar a namorada.

Assistindo, pela televisão, as imagens assustadoras de incêndios incontroláveis na Flórida, Estados Unidos, e o desespero de moradores da região fugindo de suas casas, às pressas, antes de serem alcançados pela fumaça e pelo fogo, lembrei do que diz a Bíblia Sagrada, onde assegura não haver outro dilúvio universal: a Terra, agora, será consumida pelas chamas.

Cá entre nós, não sei qual das duas formas é a pior para morrer.

 

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa – engenheiro civil

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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