MEU FILHO VAI VOLTAR AO NORMAL? – Cinthia Moreno

MEU FILHO VAI VOLTAR AO NORMAL? –

O câncer e seu tratamento, muitas vezes agressivo, podem comprometer a integridade física do paciente e alterar algumas funções. Em algumas situações a criança e o adolescente podem ficar muito comprometidos, debilitados e até perder algumas funções, como por exemplo, deixar de andar, seja por um procedimento cirúrgico, restrição ao leito ou fraqueza muscular.

A relação entre saúde, deficiência (na estrutura corporal ou em alguma função) e limitação para realizar alguma atividade é algo muito complexo e o fisioterapeuta precisa ter conhecimento e sensibilidade para se comunicar de forma adequada com o paciente e sua família.

Em alguns casos, a limitação apresentada pelo paciente é temporária. A melhora é gradativa e ao final do tratamento clínico ele tem a reabilitação de suas funções. Em outros casos, o paciente ficará com sequelas. Um exemplo é a perda de movimento no joelho em decorrência de tratamento cirúrgico para tumor ósseo. Nas duas situações é comum surgirem dúvidas e anseios sobre quando o filho volta a andar, se vai poder brincar, se tem risco de queda e fratura, se vai poder participar de todas as atividades na escola, entre outras.

O fisioterapeuta deve ter cautela e se comunicar de forma clara e objetiva para que todas as orientações sejam compreendidas. Dizer que a criança logo vai andar pode gerar ansiedade, enquanto afirmar que nunca poderá ficar em pé sozinha pode proporcionar frustração, medo e outros sentimentos e comportamentos que podem prejudicar todo o processo de reabilitação.

Na Casa Durval Paiva, todos que fazem parte da equipe multidisciplinar, utilizam de muita sensibilidade na hora de conversar com a família sobre as limitações do paciente, sejam elas provisórias ou permanentes. O cuidado da família é fundamental, mas não pode ser maior que o estímulo à independência para realizar atividades que realmente podem ser executadas com segurança. Quando existe alguma demanda que não é resolvida no setor de fisioterapia, o paciente é encaminhado para o setor de psicologia, para que seja auxiliado nas estratégias de enfrentamento e aceitação de suas condições atuais.

Diante das consequências do câncer, é fundamental que o paciente seja acolhido, respeitado e estimulado a refletir sobre os momentos de ter cuidado, de enfrentar dificuldades e de experimentar coisas novas, como andar com auxílio de muletas, por exemplo. É importante que os fatores negativos sejam trabalhados, mas chamando sempre a atenção para os fatores positivos, valorizando o lado bom das coisas e celebrando a vida!

 

Cinthia MorenoFisioterapeuta – Casa Durval Paiva – CREFITO 83476-F

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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