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Médicos registram mais de 2,6 mil denúncias de falta de equipamentos de proteção para combate ao coronavírus, diz associação

Voluntários com equipamento de proteção desinfetam uma estação ferroviária chinesa para combater o surto de novo coronavírus, em 4 de fevereiro de 2020 — Foto: cnsphoto/Reuters

Médicos de todo o Brasil registraram 2.622 denúncias de falta de equipamentos de proteção (EPIs) para lidar com pacientes infectados por coronavírus. Os dados, coletados entre 19 e 31 de março, são da Associação Médica Brasileira (AMB).

Entre aqueles que fizeram as denúncias, 87% relatam a falta de máscaras do tipo N95 ou PF2, indicadas para o atendimento de casos da doença. A falta do álcool em gel com 70% de álcool esteve presente em 28% das denúncias feitas à AMB.

Além disso, a maioria dos denunciantes registra mais de um tipo de equipamento em falta. Quase 51% dos locais denunciados está com falta de quatro a sete tipos diferentes de materiais, como luvas, gorro e álcool.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) também reuniu denúncias de falta, escassez e restrição de equipamentos de proteção entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Foram registradas 2.600 reclamações até o final de março.

Segundo o Cofen, entre as denúncias estão relatos de proibição de uso do material existente na instituição para não instaurar pânico na população atendida. O conselho também afirma que recebeu denúncias de solicitações para que profissionais adquiram seus próprios materiais e para reutilização de material descartável.

A Diretoria e Gestão de Suprimentos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) estima que, em um mês comum, o hospital utilize cerca de 5.700 máscaras do tipo N95 nos hospitais. Com o coronavírus, passam a ser 40 mil máscaras.

Segundo a instituição, a mesma coisa acontece com o álcool em gel: passa de 1.330 litros para 6.700 litros mensais. A quantidade de aventais triplica, de 15 para 45 mil, e o número de toucas mais que dobra, de 105 mil para 211 mil.

O Hospital das Clínicas está com 125 funcionários afastados, entre casos suspeitos e confirmados de coronavírus. Juntos, os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês já afastaram 452 funcionários confirmados com o novo vírus.

Equipamentos estão mais caros

Além da falta de equipamentos de proteção, a alta nos preços também tem prejudicado hospitais e outras unidades de saúde. A Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP) calcula um aumento de 100% a 3.000% nos preços desses materiais. Por exemplo, uma caixa de máscaras descartáveis com 50 unidades passou de R$ 4,50 em fevereiro para R$ 300 na última sexta-feira, dia 27 de março.

O Procon-SP registrou, até a mesma data, 3.825 reclamações relacionadas a produtos ligados ao combate do coronavírus. Dessas, 429 são relacionadas a preços abusivos em farmácias, lojas e mercados, o que totaliza 11,2% das reclamações.

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo afirma que “não há desabastecimento de EPIs nos serviços estaduais de saúde” e que “já adquiriu mais de 42,2 milhões de unidades de EPIs e outros materiais”.

O Ministério da Saúde afirma que “devido à escassez mundial, está realizando compras de equipamentos de proteção para os profissionais que atuam no setor saúde e reforçando o apoio aos estados e municípios no enfrentamento do Covid-19.” O Ministério ainda afirma que os materiais são repassados aos estados, que têm autonomia para determinar estratégias necessárias para cada serviço, e que também tem sofrido com a alta de preços.

O ministério ressalta que distribui nesta semana a terceira e última remessa de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para profissionais de saúde. O órgão afirma que está adquirindo ainda 200 milhões de máscaras cirúrgicas, 40 milhões de máscaras N95, 1 milhão de frascos de álcool 500 ml, 1 milhão de frascos de álcool 100 ml, 240 milhões de luvas para procedimentos não cirúrgicos, 40 milhões de aventais, 80 milhões de aventais impermeáveis, 1 milhão de sapatilhas, 1 milhão de óculos de proteção, 120 milhões de toucas, 200 mil unidades de protetores faciais. Ainda segundo o ministério, esses equipamentos de proteção incluem insumos comprados no exterior e devem chegar ao Brasil em até 30 dias.

Confira a nota da Secretaria de Saúde de São Paulo na íntegra

“Não há desabastecimento de EPIs nos serviços estaduais de saúde. A Secretaria já adquiriu mais de 42,2 milhões de unidades de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) e outros materiais.

As orientações aos profissionais de saúde têm sido comunicadas por meio de webconferências e documentos técnicos de proteção aos profissionais, amparados nas diretrizes do Ministério da Saúde e da Anvisa. As medidas assistenciais também foram disseminadas entre os serviços de saúde, com base nos protocolos do SUS.

Os hospitais estaduais seguem todos os protocolos de segurança para profissionais de saúde e pacientes, assistindo qualquer pessoa que necessitar de atendimento. Seguindo este protocolo, qualquer colaborador com suspeita de COVID-19 será afastado para proteção da sua saúde e das demais pessoas que frequentam a unidade.”

Confira a nota do Ministério da Saúde na íntegra

“Devido à escassez mundial, o Ministério da Saúde está realizando compras de equipamentos de proteção para os profissionais que atuam no setor saúde e reforçando o apoio aos estados e municípios no enfrentamento do Covid-19.

Os materiais são repassados aos estados, que terão autonomia para determinar estratégias necessárias para cada serviço.

O Ministério da Saúde também tem sofrido com a alta de preços. As máscaras que custavam, em média, R$ 0,10 passaram a ser adquiridas por mais de R$ 2,00.

Com a retomada da produção na China, a expectativa é a normalização futura da oferta dos equipamentos, a adequação dos preços e a retomada da compra descentralizada.”

Fonte: G1

Ponto de Vista

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