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Italo Ferreira pretende transformar casa da avó em instituto: ‘Queria que ela estivesse viva para ver o que me tornei’

Italo Ferreira comemora após ganhar medalha de ouro no surfe nesta terça (27) nas Olimpíadas de Tóquio — Foto: Lisi Niesner/Reuters

Dono da primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, o surfista potiguar Italo Ferreira, de 27 anos, pretende criar um instituto na sua terra natal, o município de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte.

O projeto já tem até sede: a casa onde morava a avó dele, Dona Mariquinha – uma das principais inspirações do atleta, que faleceu há dois anos. Italo se emocionou ao lembrar dela, logo após conquistar o título.

“Eu queria que minha avó estivesse viva para ela ver isso. Para ver o que eu me tornei, o que eu consegui fazer pelos meus pais, por aqueles que estão ao meu redor. Não sei, não tenho palavras, só tenho a agradecer, realmente. É algo que eu almejei bastante, que eu sonhei. Tá lá do lado da minha cama essa frase que eu falei no início (“Diz amém que o ouro vem”). Todo dia eu orei às 3h da manhã, pedi a Deus que ele realizasse meu sonho. E taí, meu nome está escrito na história do surfe” disse Ítalo em entrevista à TV Globo.

O Instituto Italo Ferreira foi anunciado no início de 2021, para atender crianças de Baía Formosa. O objetivo da entidade será dar oportunidade para as crianças do município que veem no surfe, inspiradas no ídolo, a possibilidade de ter uma vida melhor através do esporte.

“Com essa oportunidade, vou poder contribuir um pouco mais na evolução dessa nova geração. Poder ter esses garotos dentro do instituto, poder ensinar e mostrar a eles que é possível, que eles podem alcançar o objetivo também”, disse Ferreira à época.

Com pouco menos de 10 mil habitantes, Baía Formosa teve festa durante a madrugada desta terça-feira (27). A tensão da final do surfe em Tóquio – na primeira vez do esporte nas Olimpíadas – foi quebrada com comemoração e caminhada nas ruas.

Os pais de Ítalo também comemoraram o título e relataram o quanto o atleta sonhava com o título.

“Não é fácil sair de Baía Formosa e buscar o ouro do outro lado do mundo, no Japão. Desde criança ele almejava uma medalha de ouro, um troféu do mundial e agora essa medalha de ouro”, disse o pai de Ítalo, Luiz Ferreira.

A mãe, Katiana Ferreira, não escondia o orgulho da conquista do filho.

“Ele batalhou muito para chegar onde ele quis. Primeiro foi o título mundial que ele tanto desejava e conseguiu, graças a Deus. E agora, esses dias que ele passou aqui, justamente foi para isso, para treinar, ficar entre família, entre amigos, e quando ele saiu, foi embora, ele me deu um abraço e eu disse: ‘meu filho, traz o ouro’. Ele disse: ‘mainha, eu vou trazer o ouro’. E conquistou essa vitória, graças a Deus”, relatou.

Quem é Italo Ferreira

Natural de Baía Formosa, litoral sul do Rio Grande do Norte, Italo Ferreira se encantou pelo surfe aos 8 anos de idade, mas só ganhou a primeira prancha aos 10. Antes disso, surfava com pranchas emprestadas dos primos ou usava as tampas das caixas de isopor do pai, que vendia peixe na cidade, como prancha.

Os treinos no quintal de casa lhe renderam a primeira vitória aos 10 anos de idade em um campeonato local e, de lá para cá, foram muitos títulos nacionais e internacionais.

Foi bicampeão mundial Pro Júnior, campeão brasileiro em 2014 e, no mesmo ano, classificou-se para integrar a Liga Mundial de Surfe (WSL), a elite do surfe mundial. Já na primeira temporada, em 2015, Italo terminou como sétimo melhor do mundo e venceu o ‘Rookie Of The Year’ (o novato do ano).

Em 2019 Italo Ferreira foi campeão mundial da World Surf League (WSL), após uma vitória em Pipeline, no Havaí, sobre o bicampeão Gabriel Medina. Ítalo se tornou o terceiro brasileiro a conquistar o título mundial.

O circuito mundial foi suspenso em 2020 por causa da pandemia do coronavírus e por isso Italo Ferreira é o atual campeão mundial de surfe.

Em 2021, ele é o segundo colocado no ranking, atrás apenas de Gabriel Medina.

Paraíso potiguar

Os títulos, prêmios e o reconhecimento profissional não fizeram Italo Ferreira sair de Baía Formosa. É na pequena cidade com pouco mais de 9 mil habitantes que ele vive até hoje.

Após as temporadas de competições é pra lá que ele sempre volta. “Aqui é um lugar especial, é onde tudo começou. Surfar aqui no Pontal é sempre espetacular. O mar é muito bom e as ondas são sensacionais”, disse o surfista em 2015.

Fonte: G1RN

Ponto de Vista

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