Rapidamente, os Estados Unidos afirmaram que estão preocupados com a atividade militar da China perto de Taiwan. “Continuaremos a ajudar Taiwan a manter uma capacidade de autodefesa suficiente, alinhada com nossos compromissos de longa data e consistente com nossa política para a China”, disse o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca em um comunicado.
O conflito entre China e Taiwan é um dos que marcaram o ano de 2022 e devem continuar a preocupar em 2023.
Entre as crises não foram resolvidas em 2022 e que podem virar foco das atenções globais neste ano, destacam-se:
Veja abaixo um resumo do que acontece em cada um desses países.
Não há sinais de que a guerra na Ucrânia tenha um desfecho no curto prazo, afirma Ronaldo Carmona, professor de geopolítica da Escola Superior de Guerra e pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
“As posições estão estabelecidas. A Rússia ainda tem capacidade de iniciativa no campo militar. O presidente Volodymyr Zelensky se sustenta com o apoio ocidental, que é cada vez mais forte, mas tem um limite, que é o envolvimento direto da Otan”, afirma Carmona.
Com o inverno no hemisfério norte, a tendência é que as agressões diminuam, porque as condições físicas do confronto ficam piores.
Para Carmona, os sinais que os russos dão é que deve haver um fortalecimento das posições russas na franja sul e sudeste da Ucrânia, que vai da Crimeia e Mariupol, passa por Kherson e chega até Donetsk e Luhansk.
“Se formos analisar só pela questão militar, essa guerra ainda é de longa duração, deve atravessar o ano (de 2023) inteiro. A solução dela não deve surgir do campo de batalha propriamente dito, por isso que o mais provável é que o desfecho da guerra se dê por via não militar”, diz Carmona.
O analista diz que o cenário em que a guerra será resolvida militarmente é improvável: o uso de armas de outra natureza, como as armas nucleares táticas por parte da Rússia.
Ele afirma que não considera que o presidente Vladimir Putin esteja enfraquecido por causa das sanções que foram impostas à Rússia —os ganhos do país com a alta do petróleo e do gás compensaram as perdas, e o discurso da necessidade da guerra para a salvaguarda territorial da própria Rússia é aceito no país.
No começo de novembro de 2022, o governo da Etiópia e os rebeldes da região de Tigré assinaram um pacto para acabar com a guerra civil que durou cerca de dois anos no país.
Os rebeldes são representados pela Frente de Liberação do Povo do Tigré (TPLF, na sigla em inglês).
Não há um balanço de quantas pessoas morreram no conflito.
O acordo prevê o seguinte:
O presidente etíope, Abiy Ahmed, fez discursos como se tivesse vencido a guerra, mas ainda não está claro se o cessar-fogo e o acordo de paz serão bem-sucedidos.
Além dessa guerra no Tigré, há outros conflitos na Etiópia. Há milícias em pelo menos duas regiões, Amhara e Oromia.
A possibilidade de uma piora na relação entre a China e Taiwan existe desde 1949, mas, em 2022, quando a ilha foi visitada por Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Estados Unidos, as ameaças aumentaram.
A China disparou mísseis sobre a ilha, enviou dezenas de navios e aeronaves militares em direção ao seu território e fez exercícios de tiro ao seu redor do espaço de Taiwan, como se fosse um ensaio para um bloqueio.
Os Estados Unidos não reconhecem a soberania chinesa sobre Taiwan e nem a independência, como um Estado, de Taiwan (essa dubiedade é proposital e recebe o nome de ambiguidade estratégica na imprensa).
A relação entre China e Taiwan está se tornando mais difícil, em parte, porque os líderes têm adotado políticas democráticas e falado em independência da China (no passado, os militares que governavam a ilha consideravam que Taiwan fazia parte da China).
Hoje, a grande maioria dos moradores de Taiwan não quer a unificação —há uma possibilidade de que a situação seja semelhante à de Hong Kong, que tem sido subjugada pela China.
Segundo a revista “The Economist”, a possibilidade de guerra é maior caso a China pense que pode vencer: a marinha chinesa já tem mais navios que a americana, mas ao mesmo tempo o exemplo da Ucrânia é desencorajador.
Taiwan discute como se defender, apesar de dedicar uma parcela pequena de seu orçamento (2% do PIB) para a defesa.
No começo de 2020, os EUA mataram o general iraniano Qasem Soleimani. Na ocasião, a tensão entre o Irã e os EUA chegou a um ponto alto, mas, de lá pra cá, a situação ficou mais amena.
No entanto, há questões ainda mal resolvidas dentro e fora das fronteiras iranianas. As principais são as seguintes:
Colaboração com a Rússia
No começo de dezembro, representantes do governo dos EUA afirmou que o Irã está se tornando um parceiro militar da Rússia.
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, disse que “a Rússia está buscando colaborar com o Irã em áreas como desenvolvimento e comércio de armas e, estamos preocupados com a intenção da Rússia de fornecer ao Irã componentes militares avançados”.
Em respostas, o Irã afirmou que não precisa da “permissão” de ninguém para desenvolver suas relações com a Rússia. “A República Islâmica do Irã, conforme os seus interesses nacionais, atua de forma independente na gestão de suas relações exteriores e não pede permissão a ninguém para isso”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, em comunicado.
O fracasso do retorno do acordo nuclear
Em 2015, um grupo de países do Ocidente (com os EUA como líderes) ofereceu ao Irã isenção de sanções internacionais em troca de garantias de que Teerã não produziria armas atômicas.
No entanto, em 2018, durante o governo de Donald Trump, os EUA se retiraram do pacto. As sanções americanas foram restabelecidas, e Teerã gradualmente abandonou suas obrigações em relação a armas atômicas.
Joe Biden havia se comprometido a tentar reativar o acordo, mas as negociações, iniciadas em abril de 2021, agora estão paralisadas.
Em 17 de dezembro, o Irã anunciou que aumentou sua capacidade de enriquecimento de urânio. “Atualmente, a capacidade de enriquecimento do país é mais do que o dobro (do que esta indústria teve) em toda a sua história”, disse Mohamad Eslami, chefe da Agência de Energia Atômica do Irã, segundo a agência de notícias oficial Irna.
As manifestações e a repressão interna no país
Desde setembro de 2022, o Irã vive uma onda de manifestações. Os protestos tiveram início após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, uma curdo-iraniana que estava sob custódia policial (ela foi presa pela polícia dos costumes sob a acusação de não usar o véu corretamente).
Não está claro ainda como será o desfecho desses protestos, ainda que a repressão tenha diminuído a frequência dos atos políticos.
A Justiça iraniana diz ter condenado 11 pessoas à morte por relação com os protestos. As autoridades iranianas já executaram 2 dessas pessoas.
Fonte: G1
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