GRATIDÃO OU REMORSO –
A sabedoria das crianças sempre surpreende. Agora, mais do que nunca, porque elas incorporaram as novas tecnologias e fazem melhor uso do que muitos adultos.
Estava andando ao lado do cemitério de Galinhos (RN), quando meu neto Gabriel, de 11 anos, perguntou-me: “Por que é que os vivos merecem menos flores do que os mortos? ”. Disse mais: “responda filosoficamente, vovô. ” Ainda estou mudo. Dirigi a indagação a Ivan Maciel, único escritor-filósofo potiguar. Ele reconheceu o valor metafísico da pergunta e ficou de responder com palavras do seu amado Machado de Assis.
Laurinha, minha neta de15 anos que anda lendo o “Diário de Anne Frank”, disse que essa escritora-menina já resolvera a questão ao dizer que O remorso é maior que a gratidão.
A gratidão é comum nas pessoas que têm nobreza de espírito. É virtude essencial, porque o ingrato não é gente com quem se possa conviver. Vicente Serejo radicaliza com esta definição: “A ingratidão é o câncer da alma”.
Em verdade, os ingratos padecem de uma moléstia psicológica. É como sentissem a necessidade de serem castigados. O castigo seria uma das consequências do remorso. O cancioneiro popular esclarece o tema. Lupicínio Rodrigues tem canção famosa que confessa ser tão grande o seu pecado que sendo assim castigado é que se sente feliz. Ou seja, a felicidade decorre do cumprimento do merecido castigo.
O escritor russo Dostoievski, cujo nascimento está completando 200 anos, é autor da obra-prima “Crime e Castigo”. Trata de jovem estudante, Raskólnikov, que desenvolve uma teoria capaz de, antecipadamente, absolvê-lo do remorso de crime premeditado. Ele se autoconvence de ser também um homem extraordinário. Em seu pensar, os homens extraordinários não estão sujeitos às leis que comandam o comportamento comum dos mortais. Para atingir os seus objetivos superiores, tudo lhes será permitido. O valor que têm para a humanidade justifica todas as suas ações. Júlio Cesar e Napoleão estariam acima das leis morais e, portanto, de nada seriam culpados.
Temos que manifestar a nossa gratidão a Deus fazendo com que a bondade vença.
Até mesmo Jesus sentiu o peso da ingratidão. Despediu curados dez leprosos para que fossem mostrar a cura aos sacerdotes. Um voltou para agradecer e o Cristo indagou: “Onde estão os outros nove? ”.
Com toda certeza vale a pena ser grato pelo benefício ou ajuda recebidos. A gratidão não humilha ninguém, antes, exalta tanto quem recebe quanto quem concede o beneficio.
Se os mortos merecem flores, mais ainda as merecem os benfeitores dos seus semelhantes.
Diogenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN
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