GRAMADO E CANELA –

Após muitos anos de ausência, voltei à Serra Gaúcha, eixo Gramado-Canela, agora em pacote familiar integrando a filharada miúda. Propositadamente coloquei na temporada a véspera e o dia de Natal, tanto para que os pequeninos absorvessem o tão louvado clima noelino, como para sentir a quantas está funcionando o turismo receptivo da região. Pontos fortes e fracos.

O hotel que escolhemos, afastado do centro das duas cidades, apresentou como diferencial um Papai Noel que ao início da noite entregou os presentes à gurizada, previamente repassados pelos financiadores da farra: o pai e a mãe. Sucesso comprovado pela clientela infantil. Já a ceia festiva, incluída na estada,  não foi esses balaios todos. Apesar de farta e escoltada por boa orquestra, faltou-lhe um amálgama dessa época, dificilmente encontrável fora de casa. Em suma, um bailão comum, com comida e bebida até cansar.

Em Gramado um dos espetáculos mais requisitado é feito indoor. Em estruturado centro de exposições, tipo ginásio esportivo, com arquibancadas montadas e entrada paga, são expostos desfiles temáticos de robustas dimensões. Um mix de ópera e sambódromo carioca. Uma “grand parade”, com enredo bem construído, figurino impecável e bons elementos de cativação da plateia. A apoteose é convidativa aos espectadores, incluindo um banho de neve artificial. Os custos da performance exigiram essa remodelação, trancando para pagantes o que outrora foi feito no meio da rua, democraticamente,  como recomenda o  espírito solidário e festeiro cristão. Remanescem free as exibições de orquestras e outros grupos de elevada qualidade artística em um palco armado na Rua Coberta, imã enogastronômico da cidade, ponto de buxixo indispensável.

Já em Canela as apresentações são abertas, no átrio  da Catedral de Pedra,  com algumas áreas acessíveis mediante a compra de ticketes. Mas de fora – e das mesas externas dos bares – é possível o alcance visual das apresentações musicais e do show de luzes.

Em ambas as cidades serranas outras atrações ligadas ao ciclo do Natal estão disponíveis aos visitantes, muito mais do que aos habitantes locais. Nas duas prevalece o business de luz e neve postiça. Quem quiser espírito natalino mesmo que leve o seu. Foi o que fiz.

IVAN LIRA DE CARVALHO – Juiz Federal e Professor – ivanlira6@jfrn.jus.br

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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