GASTOS PÚBLICOS E MOMENTO ECONÔMICO – Roberto Goyano

GASTOS PÚBLICOS E MOMENTO ECONÔMICO –

Estamos chegando ao final de um ano onde não há muito o que comemorar.

Apesar das festas que se aproximam as perspectivas continuam preocupantes.

Há certo consenso entre especialistas sobre o aumento do desemprego com o final do auxilio governamental para as empresas, onde a redução de jornada e salários auxiliou na manutenção de postos de trabalho e, agora, chega ao fim.

Já se vislumbra aumento preocupante na ocupação de leitos para a COVID-19, já se fala em restrições sociais, não como um lockdown porém, algumas medidas estão em estudos e outras já foram adotadas.

Mundo afora já se impõem medidas restritivas. E ainda assim não aprendemos com a experiência alheia.

Hoje com a redução do auxilio já se notou certa queda na atividade comercial uma vez que, muito da recuperação econômica que excedeu as projeções se deve ao consumo interno por conta desse auxilio inicial.

O governo se encontra numa encruzilhada por conta dos altos custos envolvidos nesse auxilio e, ao mesmo tempo tendo que tomar medidas eficazes para uma recuperação econômica.

Existe um fator limitante que é o teto de gastos que, reduz a margem de manobra de sua equipe econômica.

Sabemos que o governo terá que investir em obras púbicas para arrefecer o desemprego brutal que, ao término desse regime econômico de exceção, poderá agravar ainda mais.

Apesar da relação dívida/PIB estar próxima da “barreira dos 100%”, no meu entender, muito mais uma barreira psicológica do que técnica, teremos que agir.

Eis que vejo, como já falei algumas vezes, a defesa de um orçamento mais flexível e, fazendo parte do coro sobre emissão de moeda, mais um economista de peso. O ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento (85/89), Raul Veloso.

Também o diretor do Ibre/FGV, Luís Guilherme Schymura defende que o governo faça investimentos, nos moldes do Plano Brasil, porém, como também já afirmei, com os menores gastos possíveis e alta taxa de retorno econômico e social.

Eu, claro, um leigo no assunto, apesar de atento aos movimentos econômicos pelo mundo, vejo que não estou só nessas questões.

Da mesma forma que defendo um orçamento mais flexível sou obrigado a defender, pelo menos em parte, o teto de gastos correntes.

E aí é que, mais uma vez na minha opinião, está a origem maior do problema, a falta de uma reforma administrativa profunda envolvendo tanto recursos humanos futuros, quanto os atuais, acabando com os absurdos ou, no mínimo inconsistências, nesses gastos.

Claro que teremos que passar um pente fino nessa emissão de moeda especialmente para obras públicas e eventual prorrogação de algum auxílio adicional.

Enfim acredito que mais tarde ou mais cedo essa questão de emissão de moeda, com critérios rigorosos, venha a ser melhor entendida.

E, apenas para registrar, temos que estar atentos quanto a um possível recrudescimento da situação sanitária com o recente aumento de casos de COVID 19.

Cobramos sempre medidas governamentais esquecendo que nós é que somos os verdadeiros responsáveis pela sua propagação, não observamos os protocolos de segurança e hoje já estamos sofrendo com algumas restrições que estão sendo impostas.

Ao governo, em seus diversos níveis, cabem ações orientativas e medidas eficazes para reduzir o contágio que, em última análise, é de nossa total responsabilidade.

Que tenhamos uma nova jornada, que se aproxima comais responsabilidade e comedimento.

 

 

 

Roberto Goyano – Engenheiro

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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