FISIOTERAPIA NOS CUIDADOS DE FIM DE VIDA – Cinthia Moreno

FISIOTERAPIA NOS CUIDADOS DE FIM DE VIDA –

Os princípios dos cuidados paliativos devem ser bem compreendidos pelos profissionais que cuidam de pacientes com uma doença grave que ameaça a continuidade da vida. Alguns desses princípios são reafirmar a vida com sua importância e compreender a morte como processo natural sem antecipá-lo nem prolongar.

Em um determinado momento, o tratamento pode não promover a cura, nem aumentar a expectativa de vida dos pacientes. Ainda assim é fundamental que o paciente receba cuidados da equipe multiprofissional, de forma integrada, para proporcionar qualidade de vida, conforto e alívio dos sintomas, sejam eles físicos, emocionais, sociais ou espirituais.

O fisioterapeuta, como em qualquer outra situação, deve elaborar o plano terapêutico de acordo com o que faz sentido para os pacientes. Há casos em que, mesmo no processo de finitude, eles realizam atividades de vida diária de forma independente, como tomar banho, se vestir e se alimentar. Assim, devemos ter como objetivo manter a mobilidade e força muscular. Os exercícios devem ser realizados respeitando a tolerância, para que não haja sobrecarga e lesões musculares.

Em outras situações o foco deve ser o manejo dos sintomas como dor e dispneia (falta de ar). O fisioterapeuta pode utilizar vários recursos para alívio da dor, como eletroestimulação, terapia manual e técnicas de relaxamento. Se o paciente fica muito tempo na mesma posição, exercícios de mobilidade, mesmo que realizados de forma passiva, promovem conforto. Dependendo da causa da dispneia, ajuste no posicionamento e vento no rosto, como o que é gerado por um ventilador, pode proporcionar alívio.

Quando não promover benefícios, os exercícios devem ser suspensos e promover medidas de conforto deve fazer parte das metas do fisioterapeuta. A família deve ser orientada sobre a melhor forma de cuidado, seja no ambiente hospitalar ou no domicílio.

Um papel que também é importante para o fisioterapeuta, junto com os demais membros da equipe, é identificar e proporcionar a realização de desejos dos pacientes. Podem ser os mais variados. Desde comer a comida de alguém da família, por exemplo, o bolo feito pela avó, ou sair do hospital para ir em casa ou na escola rever amigos e professores. Desde que não cause malefícios, tudo deve ser planejado para que o paciente tenha sua autonomia valorizada e experimente momentos significativos no fim de vida.

 

 

 

Cinthia Moreno – Fisioterapeuta da Casa Durval Paiva, CREFITO 83476-F

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,2970 DÓLAR TURISMO: R$ 5,5030 EURO: R$ 6,1830 LIBRA: R$ 7,0830 PESO…

19 horas ago

Rodoanel é liberado após acidente com 5 carretas bloquear faixas na região de Embu das Artes

O Rodoanel foi liberado após um acidente envolvendo cinco carretas na manhã desta quinta-feira (4) provocar o bloqueio…

19 horas ago

CNU 2025: prova discursiva terá redação e questões; veja como funciona cada modelo

A prova discursiva da segunda edição do Concurso Nacional Unificado, aplicada neste domingo (7), é uma…

19 horas ago

PIB brasileiro fica estável e cresce 0,1% no 3º trimestre, diz IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil variou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, informou o…

19 horas ago

‘Choques e queima de equipamentos’: Maternidade é parcialmente esvaziada em Natal por causa de problemas elétricos

Pacientes da Maternidade Escola Januário Cicco, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte,…

19 horas ago

Lula abre reunião do Conselhão, que deve fazer balanço do grupo na COP 30 e discutir rumos da economia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta quinta-feira (4), a 6ª plenária…

19 horas ago

This website uses cookies.