FELIZ ANO NOVO! SERÁ? – Roberto Goyano

FELIZ ANO NOVO! SERÁ? –

Estamos chegando ao fim de um ano catastrófico para o mundo todo.

Ao olharmos para este ano natimorto, 2020, ficamos estarrecidos.

Tivemos uma tempestade perfeita em nosso país, crise política, pandemia e crise econômica.

Assistimos e ainda estamos assistindo, impotentes, a quase 200.000 mortes provocadas pelo COVID19.

 Chegamos no final do ano com um índice de desemprego beirando os 15%, aumento no número de falências e um número assustador de empresas que sucumbiram a esse caos.

Observamos embates na área de relações internacionais, meio ambiente, saúde, política, idas e vindas gerando tensões, a meu ver desnecessárias.

O PIB do país terá uma queda prevista de mais de 5%, ainda que se comemore que este número ficou abaixo das previsões de mercado, é uma mórbida comemoração.

Só não foi maior a queda por conta do auxilio emergencial.

Durante esse ano tivemos ações importantes para minimizar o sofrimento da população mais desassistida, a começar pelo próprio auxílio emergencial que, apesar de ter gerado certo embate antes de sua promulgação, foi fundamental para atenuar os efeitos dessa pandemia.

Empresas receberam assistência para a manutenção do emprego como é sabido, o governo bancou as reduções de jornadas de trabalho garantindo, se não totalmente, parcela importante na complementação salarial assim como flexibilizou o recolhimento de impostos além da disponibilização de financiamentos em regimes especiais.

Apesar de aplaudir essas providencias não poderia deixar de registrar o absurdo determinado pelo judiciário que, com a decisão de impedir redução da jornada de trabalho dos, aproximadamente, 12 milhões de funcionários públicos, criou uma casta acima de todos, com todos os seus benefícios e benesses intactos ficando alheios aos sofrimentos de toda a população normal deste país.

Apenas como comentário sobre esse assunto, o Artigo 5º da Constituição diz que todos os brasileiros são iguais perante a lei sem qualquer distinção de qualquer¨ natureza ¨.

 Ou a artigo é inconstitucional, o que beira o absurdo, ou temos cidadãos diferenciados amparados por outra constituição.

Voltando novamente ao assunto principal, não poderia também deixar passar a oportunidade, como retrospectiva, de colocar o papel fundamental e decisivo do até então defenestrado SUS.

Foi esse sistema, copiado do sistema inglês, que fez toda a diferença no suporte ao atendimento à população.

Comparativamente ao resto do mundo tivemos uma grata surpresa, mesmo com toda a falta de investimento em equipamentos, filas e etc., o SUS foi o anjo da guarda de todos nós e ainda está sendo e será por um bom tempo.

Tivemos a retomada das atividades, assunto que já abordei em pelo menos dois artigos, mas não tivemos, nós como cidadãos, a responsabilidade de observar protocolos de segurança causando aglomeração sem qualquer cuidado.

Alertei, mesmo não sendo profissional de saúde, para uma provável nova onda de contaminação por conta disso.

Pois bem, chegamos ao final desta jornada árdua, sofrida, com muitas baixas.

Graças ao empenho envolvendo os cientistas do mundo todo numa busca alucinante para uma vacina que, se não eliminasse, trouxesse alternativa no combate a esse vírus. Vamos iniciar o ano com algumas luzes no fim do túnel.

Já temos diversas vacinas em fases avançadas de testes e outras já sendo utilizadas em caráter emergencial.

 Já se anuncia fármaco com resultados no combate ao estado grave dos infectados.

Somente agora depois de pintar parcialmente os horrores do ano que se encerra, com poucas pinceladas amenas entro no assunto que dá título a esse artigo.

O ano que se inicia já começa preocupante.

Por conta da nossa total irresponsabilidade de não observarmos protocolos de segurança, promover aglomerações e outras atitudes teimosas temos a aceleração do contágio pelo vírus.

Aa vacinas têm seu tempo de ação, ainda não estão disponíveis e, ainda que estivessem, não seria possível vacinar todos ao mesmo tempo.

Ainda estamos sob ataque severo e assim permanecerá por um tempo considerável.

Temos o fim do auxilio emergencial que encaminhará para a pobreza aqueles que, por curto período de tempo obtiveram renda muito além do tinham.

As empresas perderão o auxilio que suportou seus colaboradores devendo retomar os trabalhos com seus próprios recursos e já se prevê demissões.

Algumas empresas de porte já iniciaram os seus PDV (plano de demissão voluntária) com números significativos de postos de trabalho a ser eliminados.

Reformas estruturantes estão represadas e, as mais importantes, como administrativa e tributária, sofrerão enorme pressão do corporativismo dos grupos afetados.

Privatizações importantes e necessárias dependem de que se restabeleça a segurança política e jurídica uma vez que existe uma desconfiança dos investidores estrangeiros na situação fiscal do país.

Haverá necessidade de investimentos públicos para induzir o crescimento econômico absorvendo esse exército de desempregados.

Já se fala na necessidade de prorrogação do auxilio emergencial, mas tanto para isso quanto para investimentos, esbarramos no teto de gastos que não sabemos se será ou não mantido.

Ainda não temos um plano claro de vacinação, falta detalhamento do que pretende a área econômica. Teremos ou não aumento de impostos.

Há todo um contexto de incertezas que minam qualquer tendencia otimista.

Vamos iniciar uma nova jornada, alguns problemas são antigos e persistirão ao longo do ano por algum tempo.

Dentro de um panorama mundial mais fechado, cada qual tentando proteger seu espaço, algumas novas situações podem não ser muito favoráveis e caberá a nós tratarmos delas com habilidade e sensatez.

Vamos tentar não ser muito pessimistas muito embora a situação permaneça grave.

E enfim cabe o cumprimento de sempre:

Feliz Ano Novo!!!

Será?

 

 

 

 

Roberto Goyano – Engenheiro

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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