A ESCOLA, O PROFESSOR E O DIAGNOSTICO DO CÂNCER – Gabriella Pereira do Nascimento

A escola, o professor e o diagnóstico precoce do câncer – 

Para crianças e adolescentes a escola é o espaço de integração, cooperação, interação e aprendizado. Espaço de vivências que possibilita o desenvolvimento do ser humano de forma significativa e que, por isso, faz parte da rotina diária de muitos sujeitos. A escola exerce uma função de muita responsabilidade social, pois, em conjunto com a família e demais grupos sociais colabora com o desenvolvimento do sujeito nos mais diversos aspectos.

Neste sentido, levando em consideração que as crianças e adolescentes passam muito tempo de sua rotina saudável inseridos no ambiente escolar, os membros que compõe o grupo, principalmente os professores, podem ser os maiores aliados no diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. Através do contato diário, sinais e sintomas como cansaço, irritabilidade, dores, desequilíbrio ao andar, manchas brancas nos olhos, entre outros, podem ser evidenciados e sugerir que algo está errado. Assim, o professor pode alertar a família do aluno a procurar suporte médico e investigar os sinais e sintomas percebidos o mais brevemente.

Nos casos em que o diagnóstico é confirmado, a escola e o professor continuam a ter um papel fundamental na vida do aluno. Em conjunto com o atendimento educacional hospitalar e domiciliar executado através das classes hospitalares, devem oferecer todo suporte educacional, disponibilizando os materiais didáticos, listas de conteúdos escolares, atividades, trabalhos e avaliações. Além disto, o professor deve exercer seu aspecto humanizador, promovendo a inclusão do aluno com câncer. Deve ainda integrar-se a equipe que compõe a classe hospitalar e domiciliar, para que junto a ela possa garantir que o aluno continue aprendendo, embora esteja em tratamento de saúde.

Algumas estratégias podem ser adotadas pela escola a fim de colaborar com a identificação dos sinais e sintomas do câncer infantojuvenil, bem como, para trabalhar a inclusão de crianças e adolescentes diagnosticados com a doença.

Para trabalhar com a coletividade, as estratégias mais comuns são: disseminar o conhecimento através de aulas temáticas, palestras e feiras de ciências; elaborar e executar projetos pedagógicos envolvendo diversas disciplinas, tais como: ciências, português, física, química, dentre outras, que podem auxiliar no processo de ensino aprendizagem; trabalhar com textos sobre a temática utilizando a interpretação textual, bem como, a reescrita com diversos gêneros textuais, tais quais: folder, redação, notícia, cartazes, etc.; de forma lúdica, envolver os alunos na contação e produção de histórias; realizar visitas de campo a Instituições, como a Casa Durval Paiva e oferecer palestras educativas envolvendo a comunidade escolar a respeito do câncer infantojuvenil.

Quando se tem um aluno diagnosticado com câncer, além das estratégias supracitadas, a escola também pode colaborar com a continuidade do processo de escolarização adotando medidas que possibilitarão a inclusão da criança e do adolescente e ainda que contribuirão com o seu desempenho no tratamento médico. Nesse momento, tanto o professor assim como toda a equipe escolar assumem papéis importantíssimos, pois o resgate, mesmo que mínimo, da rotina educativa também atua como aspecto terapeutizante, fazendo com que o aluno tenha uma perspectiva de futuro que vai além do tratamento médico.

Entre estas medidas podemos ressaltar: assegurar e/ou efetivar a matrícula do aluno; disponibilizar os materiais pedagógicos: lista de conteúdos, atividades, livros didáticos, provas; avaliar quantitativamente e qualitativamente as produções feitas pelo aluno, bem como, os relatórios encaminhados pela equipe da classe hospitalar/domiciliar; manter-se informado sobre a condição de saúde do aluno; discutir com a comunidade escolar a respeito do aluno com câncer e ações de prevenção e identificação de possíveis sinais e sintomas.

Assim, o trabalho desenvolvido nessa perspectiva, busca promover uma transformação significativa na vida de todos os sujeitos, pois observa em cada educando um cidadão que tem direitos e deveres a serem assegurados. É imprescindível acompanhar o aluno com câncer desde a sua chegada até que possa caminhar com autonomia, trilhando seu caminho e sendo agente da própria história. Também é necessário ter em mente que a cura nem sempre é o passo final. Por isso, é preciso unir forças para a escola estar presente e fazer a diferença para cada um deles, oferecendo cuidados ativos e totais mesmo quando a doença não responde aos tratamentos curativos, oportunizando a todos, indiscriminadamente, viver com a melhor qualidade de vida e dignidade possíveis.

Gabriella Pereira do Nascimento – Coordenadora Pedagógica – Casa Durval Paiva

As opiniões emitidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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