YOGYAKARTA, INDONESIA - APRIL 16: Yoga instructor, Dewi Amsari, teaching an online class from her home, as the government closed tourist destinations, schools, offices and urging citizens to work from home to curb the spread of the coronavirus on April 16, 2020 in Yogyakarta, Indonesia. Indonesian officials have so far confirmed over 5,500 cases of COVID-19 in the country with at least 496 recorded fatalities. The coronavirus (COVID-19) pandemic has spread to at least over 200 countries and territories across the world, claiming over 130,000 lives and infecting over a million more. (Photo by Ulet Ifansasti/Getty Images)
Tá difícil por aí também? A transformação que o mundo atravessou desde a disseminação da pandemia do novo coronavírus chacoalhou nossos cérebros e a forma com que nos relacionamos com a vida. O sistema de quarentena – apontado por infectologistas como única saída para evitar uma catástrofe ainda maior provocada pela Covid-19, deixou muita gente sem rumo.
Afinal, como lidar com uma nova realidade que consiste basicamente em ficar dentro de casa e colocar o nariz para fora apenas para ir ao supermercado? Some isso ao temor de ser infectado pela doença, a grande carga de informações e o medo de um grande colapso econômico. O resultado: ansiedade, insônia e abalo da saúde mental.
O filósofo Daniel Barros, professor da The School of Life, explica em conversa com o Hypeness que não se trata de um adoecimento de fato, mas de um receio com a carga negativa dos acontecimentos.
“Cuidar da saúde mental no período da quarentena é importante, mas a gente tem que entender que o impacto é mais de aflição, de angústia, do que de adoecimento provavelmente. Pelo menos existem estudos feitos na época da MERS mostrando que as pessoas que entraram em quarentena e tiveram sintomas da MERS ficaram doentes com depressão”, detalha.
O Brasil reporta mais de 30 mil casos da doença até a manhã de sexta-feira (17). Quase 2 mil pessoas morreram em um cenário de ineficiência de testes e subnotificação. Trocando em miúdos, a tragédia é muito maior do que se apresenta. Diante de uma realidade dura, fica difícil não se envolver ou pensar no assunto. O dilema se assemelha com o enfrentado por jornalistas, já que o aumento do consumo de informações torna quase impossível não falar sobre o assunto.
Daniel Barros diz, no entanto, que as pessoas devem prestar atenção na linha tênue entre se manter por dentro da situação e surtar.
“As pessoas que não entraram na quarentena pelos sintomas, não tiveram adoecimento. Sim, é um momento de estresse, que a gente precisa se preocupar com nosso estado emocional, mas não é isso que vai adoecer as pessoas. O que vai adoecer é justamente esse excesso de informação que bombardeia nosso cérebro. Enquanto nos cercamos de notícias de morte, doença e tragédia, corremos sério risco de adoecer de ansiedade, mesmo sem o risco de ficar doente pelo coronavírus”, alerta o psiquiatra.
A humanidade enfrenta a mesma tempestade, mas está muito longe de dividir o mesmo barco. Disparidades sociais aprofundadas pelo vírus constroem realidades e desafios distintos e que refletem na mente de formas diferentes. Em uma cidade como São Paulo, que em cenários normais já convive com níveis elevados de depressão, a solidão é uma preocupação.
Parte da população que viveu até aqui sozinha em suas casas e sem dificuldade, se vê agora em um momento distinto. A sensação de solitude, quando você está satisfeito em ser sua principal companhia, caminha junto com a liberdade. Ou seja, por mais que o sujeito se sustente e desfrute da vida sem outras pessoas dentro de casa, encontrar os amigos em um bar ou restaurante são programas essenciais para manter o equilíbrio.
“O trabalho dos profissionais de saúde mental nessas situações é muito importante para dar um suporte, sobretudo os psicólogos, que auxiliam com terapias e aconselhamento para pessoas que estão angustiadas, mesmo que ainda não estejam doentes. E, por outro lado, quando as pessoas já começam a adoecer, essa possibilidade do atendimento remoto/online, ela pode fazer muita diferença. Então, nesse sentido é bastante importante”, diz o professor.
O Brasil tem atualmente mais de 12 milhões de pessoas deprimidas, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Aqui, 5,5% da população sofre com depressão, número acima da média global que é de 4,4%.
“O cérebro é preparado para exagerar no medo, então por mais segura que ela esteja, o cérebro fica interpretando a realidade como uma ameaça e a pessoa pode, realmente, adoecer de ansiedade”, afirma Daniel.
A violência contra a mulher, infelizmente, não é novidade em um dos países do mundo dono dos maiores índices de feminicídio. Levantamento feito pelo G1 mostra quem 2019 o Brasil registrou aumento de 7,3% nos casos em comparação com 2018. Uma mulher morre a cada 7 horas pelo fato de ter nascido…mulher.
O confinamento reflexo do novo coronavírus contribuiu para a violência contra a mulher subir ainda mais. O Hypeness mostrou que os casos aumentaram 50% desde o início da quarentena, segundo dados baseados em boletins de ocorrência.
O psiquiatra e professor Daniel Barros destaca que o isolamento pode potencializar questões de gênero. Isso evidencia estruturas sociais machistas que colocam nas costas da mulher a responsabilidade de dar conta de todas as tarefas da casa.
“O trabalho é de todo mundo. Está todo mundo no mesmo barco, não adianta apontar dizendo que o furo é do outro. Se afundar, vai todo mundo para baixo. Acho que a pressão ela é, no modelo tradicional, enorme para as mulheres, que vão gerenciar a casa com todo mundo”, encerra.
Portanto, se desafie todos os dias a encarar a rotina de outra forma. A gente sabe das dificuldades de manter a sanidade em meio ao caos, mas isso é importante. Procure rir, fazer exercícios físicos, chamadas de vídeos com os amigos podem render boas festas. Se tiver plantas em casa, invista o tempo livre para conversar e acompanhar o desenvolvimento delas.
Um recado aos que estão de home office, não deixem que o trabalho tome conta do seu dia. Crie horários para atender aos anseios da vida profissional. O Hypeness listou algumas dicas de quem entende muito desse negócio de trabalhar em casa e você pode saber de tudo no link. Se cuide, pois vai passar.
Fonte: Hypeness
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