CONEXÃO EXPRESSO ORIENTE – Mário Roberto Melo

 

O povo israelense foi tomado de surpresa por uma parlamentar de direita que se dirigiu ao primeiro ministro, Naftali Bennett, e pediu sua exclusão da coalizão que sustenta o atual governo em Israel.

Esta coalizão, que é quase um milagre, já dura dez meses, que conta apenas com uma cadeira a mais que a oposição, deve chegar ao fim e com isso novas eleições devem ser chamadas.

Contudo, o ministro da defesa, Benny Guntz, tem mais opções, após a convulsão política da coalização de Bennet. Guntz quer embaralhar as cartas, de acordo com os seus interesses. Ele só precisa esperar que alguém da direita complemente o trabalho para ele.

A coisa é tão séria que ninguém mais fala em Israel sobre a guerra da Ucrânia e da situação atual da covid-19. Também não se fala do lançamento do foguete a estação internacional ao espaço, em que mais um astronauta israelense chegará para novos experimentos ao redor da terra.

É sabido que Guntz e o ministro das relações exteriores, Yair Lapid, não se dão bem desde que Guntz resolveu junta-se ao então primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para ocupar o cargo que hoje é de Lapid.

Pelo sistema de rotação implementado em Israel, era esperado que Guntz substitui-se Netanyahu no cargo de primeiro-ministro. Porém, no período que Guntz iria assumir o cargo, Benjamin Netanyahu dissolveu a coalizão e nova eleições foram chamadas. E assim, Naftali Bennett, com pouquíssimas cadeiras no parlamento, assumiu o comando em Israel, também em rotação com Yair Lapid.

Na minha opinião, o que pode acontecer é o seguinte: Benny Guntz tem livre acesso em todos os seguimentos políticos de Israel, ou seja, esquerda, centro e direita. Como Guntz não se dá tão bem com Lapid, o partido de direita Likud (mesmo do ex-primeiro ministro Benjamin Netanyahu), talvez concordasse em fazer parte de uma coalizão com Guntz. Para isso, Lapid não poderia suceder o atual primeiro-ministro, Naftali Bennett, e aí Guntz assumiria este cargo daqui a oito meses. Caso contrário não haveria nova solução senão chamar novas eleições.

 

 

 

 

 

 

Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
Ponto de Vista

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