COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: EXPEDITO E AS COISAS DA TRAIÇÃO DE ZEFA E DA POLÍTICA – Antonio José Ferreira de Melo

COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: EXPEDITO E AS COISAS DA TRAIÇÃO DE ZEFA E DA POLÍTICA –

Com essa história da pandemia e meu retiro no Sítio Lagoa velha, em Monte das Gameleiras, algumas coisas do meu dia a dia, saíram de foco.

Daí, ter deixado passar um telefonema que recebi de Expedito, que embora contenha muito de sua vida particular, algumas coisas eu posso contar.

ZEFA, UMA TRAIDORA, UMA INGRATA

Como sempre, a introdução decorre do fato de ter recebido uma ligação telefônica, de Expedito, ligação essa, que é o veículo da nossa comunicação.

Da ligação dessa vez, já bem umas dez horas da noite, senti que havia alguma coisa no ar, como que, de tristeza ou de raiva ou das duas.

Expedito não disse nada, até que eu perguntei o que estava acontecendo.

Foi quando ele falou.

Dotô, eu nem tava cum vontade de contá o quanto eu tô cum raiva.

E eu digo: e o que danado está havendo, meu amigo? Foi pra feira e foi roubado? Vendeu umas “miunças” e o cara não pagou? Foi jogar baralho e perdeu no jogo?

O que foi que houve?

Olhe bem, diz ele. Eu nem tava cum vontade de dizê o qui Zefa feis.

Aí, eu senti que o negócio não era fácil, e falo.

Você é quem sabe o que quer dizer, velho, pois, problemas particulares, muitas vezes, não devem ser compartilhados.

Se você precisar de alguma coisa do amigo, “não se faça de rogado”, e, se não for o caso, esquece, e vamos conversar sobre essas coisas boas aí do Seridó.

Não, Dotô. Olhe, num tem mais pobrema. Todo mundo vai sabê mermo…

E o que danado foi, Expedito? Não faz tanto tempo que você se separou de Zefa, que vinha lhe “enchendo o saco”, e resolveu ir embora?

Você não ficou feliz da vida, aliviado e agradecido à Deus, porque passou a viver em paz?

E agora, o que mais lhe perturba?

Dotô, o sinhô num tá sabendo da miça, um teuço.

Veja bem. No final do mêis passado, recebi um telefonema di um adevogado, mim dizendo qui tinha sido contratado pur Zefa.

Preguntei pra ele, o qui era qui ele quiria, e ele falô qui era pra si reuni nos iscritório dele e entonces ele falava.

Inda dixe assim: Seu Expedito, o sinhô deve sabe o qui é.

Já pensô? Num dá vontade de mandá um féla desse, pra puta qui pariu?

Bom. E aí? Pergunto.

Sabe o qui era? Diz ele.

Não Expedito. Nem posso imaginar.

Num é qui Zefa quiria uma pensão e também uma posentadoria?

Mas Expedito, e ela não tem uma pensão do INSS?

Tem, Dotô.

Dotô Antonio, ela num trabaiava, pur priguiça, e si danava pra gastá no meu cartão di credito e ainda ixigia qui eu dipositasse um dinhero na conta dela, prá eu num sabê in qui ela gastava.

Agora, qué continuar na merma “mamata”, ixigindo um dinheiro todo mêis, e o adevogado falô, qui era uma pensão alimentiça, cumo si ela num tiveçi do qui cumê.

E sabi mais? Quiria qui, quando eu morreçe, o saláro qui o Gunverno mim paga, du tempo qui eu era gari da Prefeitura, ficasse pra ela.

Ora meu Deus, ficá desejando qui eu morra, pra ela ficá numa boa, cem dá um prego na barra de sabão?

Já pensou?

Meu amigo, um tróço daquele, qui toma bem meio quilo di remédio, todo dia, vai querê ir adespois de mim?

Ela vai é antis.

Mais ói. Isso, ela já vinha atazanando, fais tempo, querendo fazê uma união istave.

Dotô, o sinhô sabe qui Zefa é uma ingrata?

Olhi o serumano ingrato, tem o pió defeito du mundo, e qui é capáis inté di matá, pois num dá valô ao qui fizero pur ele.

O ingrato num reconhece o qui si fais pur ele. Num reconhece o qui fizero pur ele, e num tem gratidão.

Oi Dotô, o ingrato num tem nem morá pra vivê junto aos povo decente, pois seu cumportamento, é indescente.

I tem mais. Alem de ingrata, Zefa é mizerávi.

Quando incontrei ela, inda me alembro. Ela, com umas “carça faroeste”, velha, cum a barriga istufada, e uma brusa “cum medo de peido”, qui a pessoa bota prá dentro das carsa e ela insiti im sair de novo.

Essa era as vistimenta dela, qui ia procurá recebê uns dinhero qui tinha imprestado a um amigo dela, qui trabaiava na Assembréia.

Só fartava passá fome, mais num vendia os bem qui pissuía, e qui pissui inté hoje.

Expedito, eu estou reconhecendo que você está muito irritado, com esse problema, mas vai ter que resolver, de alguma maneira. Por isso, tenha calma, para não perder a razão, que todo mundo sabe que você tem.

Todo mundo reconhece o que você fez por ela e pela família dela, mas você não pode perder a calma e se irritar, pois é isso que ela quer.

Nem si impreocupe. O óidio, quem tem é ela.

Uma ex amiga dela, astro dia min disse: Tota, “quem cultiva o ódio, vai morar com ele”, e nós não vamos dar apoio a ela, contra você.

Dotô, ela num é inguinorante, e sabi qui quem fais aqui, paga aqui mermo.

Mim dixe uma minha amiga da facudade, qui ixiste uma tá de Leis du Retorno, qui é, mais ô meno, a merma coisa, pois as pessoa arecolhe o qui pranta.

E eu fiquei pensando. Como danado eu drumia cum uma praga daquela? Pudia até ela me dá veneno, pra ficá cum o qui era meu, qui eu comprei cum o suó du meu trabaio.

Mais num pricisô dá veneno não. O veneno foi a inganação qui ela feis, e eu tive di vendê minhas coisa prá imprestá o dinhero prá ela, prá ela nunca pagá.

Para quebrar um pouco o clima de tensão, eu falo: Expedito, você não está sendo muito duro nas suas interpretações?

Ora, ora, ora, Dotô. Hoje eu tenho muito mais certeza du quí 2 mais 2, é quatro, e não vinte e dois.

Antis, as pessoa quando tá num involvimento, vai isperando qui a coisa mióre, e vai si inganando.

Acuma é qui ela comprava as coisa prá vivê, si ela num trabaiava?

Num caía du céu não, Dotô. Saia du borso de Expedito, qui ela pidia emprestado, prá nunca pagá.

Ela era uma inganadêra.

Até um tempo qui passei morando numa granja dela, eu pagava o aluguel.

Ela dizia: Expedito vá cuntribuindo, qui adespois eu lhi pago. Eu vou vendê uns terreno e umas casa qui eu tenho lá in Caicó, vou aplicá o dinhero, pra tê a minha renda e num dependê di você.

E o besta entrô nessa cunversa, e foi passando o tempo.

E o dinhero? “Necas de Pitibiribas”, inté hoje.

Mais ela, num si alembra disso, na ora de falá cum o adevogado, prá mim processá?

Se alembra Dotô, mais o dinhero sega ela.

Ela já tava tão aviciada nessa istória, qui quando arresolveu ir imbora, me pidiu pra eu arranjá um dinhero pur mês, qui ela ia vendê os tais terreno e ais casa lá de Caicó.

E o besta acreditô, mais uma veis.

Mais ói. Si eu tivé de dá dinhero a ela, vai sê o dinhero mais azarado, qui ela já pegô, pra butá naquela borsinha qui ela coloca nos califôn, junto dos peito.

Vai sê o dinhero mais amardiçuado qui ela já viu.

Inté us remédio qui ela comprá, vai fazê os efeito aos contrário.

KKKKKKK

Oi Dotô, foi bom nós cunversá sobre isso, purquê eu inté me adivirtí.

Mais basta, e qué sabê de uma coisa?

Prá incerrá o assunto: ZEFA, PRA MIM, MORREU!

Deus tarda, mais nun farta.

PRA MUDAR DE ASSUNTO

Como Expedito mais fala do que ouve, resolvi dizer para ele, que o as coisas por aqui pelo Sítio Lagoa Velha, andam muito bem, embora a chuva esteja muito tardia.

Os pastos já não existem mais, o capim de corte já se foi, e o que ainda está sustentando o criador é a palma forrageira, mesmo assim, atacada pela cochonilha.

Como consequência, o aumento desenfreado dos preços da torta de algodão e do milho, tornam esses importantes insumos, quase que “incompráveis”, como diria o ex Ministro Magri.

Já sem se aguentar, Expedito “toma” a palavra, e diz: Dotô, nus tempo qui o Siridó produzia algodão, num si passava tanto aperreio. O pobrema maior era a agua, pois tinha as usina de algodão, e nóis tinha a torta.

Agora, pur água, já num é tanto pobrema esse ano, pois já choveu um tanto, qui dá pra matá a sede do povo e du gado.

E tem mais. Cum Bolsonaro e esse Rogero Marinho, já já, vamo tê as agua do São Francisco.

Dotô, já pensô si num é Bolsonaro no gunvêrno, a cuma é qui o pobre ia si virá?

Esse viro chineis tá matando muita gente, e si num fosse Bolsonaro no gunverno, ia morrê muito mais gente, mais era de fome.

Graça a Deus, esse disgunverno dessa Fátima GD, qui qué trancá tudo, num chega puraqui no sítio.

Nois trabaia a hora qui qué, e a cachaça Extrema, nois toma in casa.

Dotô, purque GD?

Olha Expedito, o povo diz que ela tem um negócio diferente, mas, eu mesmo, não sei não.

É melhor ficar só na conversa do povo.

A TRAIÇÃO DOS POLÍTICOS E OS SINISTROS DO STF

Obviamente, ele não poderia deixar de contar algumas coisas da política e, com certeza, daquilo que ofende a Bolsonaro.

Então, eu disse: Olhe, meu amigo. Esse mundo tá cheio de traição.

Dotô, o sinhô já pensou qui até os militar tava só isperando a hora de trair o nosso Bolsonaro, e inté prendê ele?

Isso é dimais.

O Nhonho, o Batoré e os sinistro do STF, tava muito si confiando nas traição, e tombém os militar.

Esses sinistro pensa, ou tem certeza, qui é Deus.

Uma coisa é certo. Eles manda mais qui o Presidente e os senador e os deputado.

E tem mais, pur autorização deles, os Governador e os Prefeito, mandam mais que o Presidente.

As minina da facudade inté min dero pur inscrito, uma ruma de coisa qui eles fizero.

Vou ripiti: o STF instaura o processo das Fakes e prende jornalistas e parlamentares; o STF anula decreto constitucional do Presidente e do Congresso; o STF anula todos os julgamentos de Lula; o STF Anula a prisão em 2a instância, e puraí vai.

O sinhô já viu qui o STF suspende até construção de instrada de ferro?

E, tudo isso, num pricisa de reunião não.

Eles acorda cum raiva da muié ou do namorado, e diz assim: vou inventá uma coisa pra chatiá Bolsonaro.

Aí, chama um dos milhar de acessô e manda inscrevê um voto monoscrático.

Aí, eu falo, pra quebrar o ritmo.

É Expedito. Isso é um total desrespeito à Constituição.

Olha amigo, em todo canto do mundo, os Ministros das Cortes Supremas, não expõem suas opiniões.

Aqui, eles fazem até “lives”, e dão entrevistas, criticando os outros poderes e antecipando até o que vão votar.

E tem mais, os Ministros do STF entendem de tudo. De medicina, engenharia, economia, e até, de culinária.

Eles se metem a dar “pitaco”, até em namoro de rapariga do BBB, e mandam no País, de acordo com as suas interpretações, as vezes, as mais absurdas.

Temos um STF com 11 membros, indicados por ideologia – a maioria, nunca foi nem juiz – e, são eles, que estão governando, “desgovernadamente”, 210 milhões de brasileiros.

Dotô sabe onde nois vai pará? Num buraco bem grande.

O sinhô sabe purque eles num quer o voto impresso?

É prá vencê Bolsonaro.

Ói, aquele Zé Disseu tá pur trais de tudo isso.

Dotô. Quando é qui nois vai si vê livre desses cumunista?

Veja bem, quando saiu o Nonho e o Baitoré, nois pensava qui tudo ia milhorá, mais, parece qui os sinistros do stf, ficaro foi puto da vida. Si danaro a resolvê os processo, cada um pur sí e Deus pur nois.

Tudo agora é “monoscrático”, e si fô contra o grande Bolsonaro, anda mais dipressa du qui bode in cima de pedra.

Carmi Miranda e Boca di Viludo, tão ficando pió du qui Gilmá Mende.

Olhe, até aquele qui o Presidente butô lá, parece meio farso.

O Arias, esse eu acho, qui só trabaia bem, num prato de feijoada.

Mais taí, eu gostei das mudança nas força armada.

O sinhô sabe qui eles iam terminá prendendo Bolsonaro?

Dotô, aquele povo é tudo do tempo dus cumunista. Já vem desdi Fernando Enrique.

Esses cabra di patente grande, foi tudo promovido nesse tempo du cumunismo, e as força armada foi tudo “apareiada”.

Oi. Si Bolsonaro fosse frôxo, já tinha caído fora. Mais Bolsonaro é passado na casca do áio.

Dotô, já falei foi muito e o sinhô num dixe quaxi nada.

Ora Expedito, pra que eu falar, se você já está dizendo o que eu tinha vontade de dizer?

Dotô, pra terminá, vou fazê uma pregunta: inté quando nois vai aguentá isso, como um boi qui vai pro machado?

Pergunta difícil de responder, Expedito, e, com essa, eu vou é dormir.

Um grande abraço

Dotô. Vô tumá uma lapada de cachaça Extrema, cum limão, prá ispantá o viru chinêis e relaxá os neuvos.

Expedito. Não é que você deu uma grande ideia?

Boa noite, amigo.

Ainda escutei o que ele falou: eita nem deu tempo di falá da CPI du vírus chinêis.

Tem pobrema não. Fica pra outra veis.

 

 

 

 

 

Antônio José Ferreira de Melo – Economista – antoniojfm@gmail.com

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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