COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS DE NATAL, QUE TALVEZ VOCÊ NÃO SAIBA –
Essas coisas poderiam ser enquadradas em um título mais extenso, pois, algumas delas eu VI, outras eu OUVI falar e até VIVI, porém, sobre umas delas eu LI em curiozzzo.com e em outros escritos sobre Natal.
OS BAIRROS DE NATAL
ALECRIM
A origem mais direta do nome do bairro, seria a ocorrência de alecrim-do-campo, planta nativa abundante naquela região do Município de Natal.
No entanto, existe também a história de uma mulher que tinha como costume colocar ramos de alecrim nos caixões dos “anjinhos”, que eram levados para serem enterrados no cemitério.
Na historiografia portuguesa, anjinhos eram as crianças que morriam, prematuramente, porem depois de receberem o sacramento do batismo.
Tinham um enterro repleto de alegria e eram vestidas de branco, representando o seu estado de pureza.
Para mim, o alecrim me remete a outra imaginação. Quando éramos crianças, minha mãe nos levava nas visitas que fazia aos seus mortos, no cemitério. Acho que é por conta disso, que eu associo o cheiro do alecrim ao “cheiro de defunto”.
Nas minhas parcas atividades gastronômicas, não uso o alecrim. Acho que, como ele tem um gosto forte, “rouba” o sabor dos outros condimentos.
Mas isso não tem nada a ver com o bairro do Alecrim.
AREIA PRETA
Segundo o escritor Câmara Cascudo, seu nome provém da cor das antigas falésias, do solo e das barreiras que lá existem.
BARRO VERMELHO
O escritor Itamar de Souza acredita que o nome provém da cor do terreno predominante na região.
QUINTAS
Segundo Câmara Cascudo, ali existiam apenas casas de campo com “terreno de plantio”, que foram adquiridos e denominados de “quintas”, pelos portugueses.
Depois de algum tempo a comunidade ficou popularmente conhecida como “Quintas Profundas”.
BOM PASTOR
Anteriormente a região era conhecida como “Baixa da Égua”, devido a baixada por onde corria o Rio das Quintas, nome do curso d’água que era usado pelos “tropeiros” que viajavam com mercadorias vindas do interior.
Lá, eles faziam parada para dar de beber e lavar os seus animais, na maioria éguas.
Devido a evolução dos transportes rodoviários os tropeiros saíram de cena. Porém, ainda OUVI de um deles, que a sua preferência pela éguas devia-se ao fato de que elas, diferentemente dos cavalos, não precisavam ser “capadas” para viver no lote, faziam o mesmo trabalho que os machos, eram mais “ativas” e “espertas”, além de que davam cria, aumentando a tropa, sem prejudicar a eficiência do serviço.
Não tem como duvidar da capacidade feminina.
Voltando à Baixa da Égua.
Como era uma comunidade longe do centro da cidade, originou a expressão “lá na baixa da égua”, quando alguém queria se referir a um local distante.
O porquê do Bairro do Bom Pastor.
Ainda nos meados do século passado, era comum que jovens grávidas, que não tivessem casado, fossem expulsas da casa dos pais.
Na década de 50, o Padre Eugênio de Araújo Sales criou e construiu o Instituto do Bom Pastor, que depois veio a ser administrado pelo Padre Tiago Theisen, com a finalidade de acolher “mães solteiras”.
O Instituto do Bom Pastor se localizou nessa área de Natal e veio a dar o nome ao bairro.
CIDADE DA ESPERANÇA
O ex-governador Aluízio Alves teve a iniciativa de construir o primeiro conjunto habitacional da cidade e o denominou “Cidade da Esperança”, pois esperança era o seu slogan.
FELIPE CAMARÃO
Anteriormente esta localidade se chamava “Peixe-Boi”, devido à presença desse mamífero nos rios da região.
O nome Felipe Camarão, dado ao bairro, é uma homenagem ao índio Poti, Antônio Felipe Camarão, que se destacou no combate à invasão holandesa.
IGAPÓ
Antigamente o local se chamava “Aldeia Velha”.
Igapó, no idioma tupi significa “água que invade”, “a enchente”, “o alagável”.
Como aquela região apresentava essas características e tendo sido também uma antiga aldeia de índios, originou o nome indígena do bairro.
MÃE LUIZA
Num morro, próximo à “Praia do Pinto”, existia uma “parteira” que prestava os seus serviços às mães que estavam prestes a “dar à luz” ou seja, a parir.
Essa senhora era conhecida por “Mãe Luiza” e assim, em sua homenagem, o “Morro do Pinto’ passou a ser conhecido como o “Morro de Mãe Luiza”.
NORDESTE
Em 1952 a Rádio Nordeste adquiriu um terreno na área onde se encontra o bairro, para instalar os seus transmissores.
Isso determinou o nome do local e, posteriormente, o nome do bairro.
NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO
O nome do bairro é uma reverência à padroeira da cidade do Natal, que é festejada em 21 de Novembro.
Conta a tradição que pescadores estavam pescando no Rio Potengi, na manhã de 21 de Novembro de 1753, quando lançaram a rede e, ao puxá-la, encontraram um caixote que estava encalhado numa pedra, hoje chamada de Pedra do Rosário.
Ao abrir, encontraram uma imagem da mãe de Jesus com um menino no colo.
PAJUÇARA
O nome vem de “Ipajuçara”, que no idioma indígena significa “Lagoa da Palmeira Juçara”.
PITIMBU
“Pitimbu”, é uma palavra de origem indígena que quer dizer fumar, aspirar o fumo.
Se fosse hoje…
RIBEIRA
A Ribeira foi o segundo bairro de Natal e surgiu numa época em que a cidade começava a crescer na parte baixa da beira do Rio Potengi.
O folclorista e escritor Câmara Cascudo esclarece que o bairro antigamente era uma campina alagada pelas marés do Rio Potengi, daí o nome Ribeira.
SANTOS REIS
A sua denominação é uma homenagem aos Santos Padroeiros: Gaspar, Belchior e Baltazar, cujas imagens foram doadas pelo El Rei Dom José I para a capela da Fortaleza dos Reis Magos.
CIDADE ALTA
O primeiro bairro da cidade do Natal era um sítio na época em que foi batizado com este nome, e foi chamado assim por ser um “chão elevado e firme” à direita do Rio Potengi.
Portanto, com o crescimento da cidade, por estar localizado neste alto, adotou o nome de Cidade Alta.
LAGOA SECA
A Lagoa Seca ficava em uma das esquinas formadas pelas atuais avenidas Prudente de Moraes e Alexandrino de Alencar e o seu sangradouro encontrava-se com o sangradouro da Lagoa Manuel Felipe, formando o Riacho do Baldo.
O BALDO
A Cidade Alta foi o local onde a cidade do Natal nasceu, em 25 de Dezembro de 1599 e o “Baldo” era o local onde se captava água potável para a população.
Segundo Câmara Cascudo, era o rio onde bebia o povo da cidade e que também era chamado de “rio de beber água”, “rio da cruz”, “rio da bica” e “rio da fonte”.
AGORA, O VIADUTO DO BALDO
Em 1978, na administração de Vauban Bezerra de Faria, foi construído o nosso conhecido “Viaduto do Baldo”, obra-de-arte de grande envergadura para a nossa cidade, à época.
Normalmente, nas cidades, os viadutos servem para ligar dois pontos altos, mas o nosso tem uma característica diferente.
Ao invés de observar o sentido da Av. Rio Branco, quando eliminaria a depressão da via, o viaduto se eleva sobre ela, uma vez que procedente da Av. do Contorno busca a Av. Prudente de Morais.
Obviamente, que desde a sua construção e até hoje, por contrariar a regra, a decisão técnica é sempre discutida. OUVI, em tempos recentes, um questionamento sobre o assunto, num desses programas de rádio.
À época de sua construção a justificativa popular encontrada, na Natal do século XX, não tem porque dizer que não foi lógica. Assim se falava: caso o viaduto fosse construído no sentido da Av. Rio Branco, a casa da Família Mota, simplesmente, ficaria em baixo do viaduto.
Pronto. Taí, objetivamente, a explicação.
Portanto, se falava naquele tempo que a construção no outro sentido foi para não prejudicar a casa do industrial João Mota, uma vez que a família Mota tinha grande importância econômica e grande influência política no Estado.
Na época em que foi projetado, além de estar vivo e merecer respeito, o patriarca João Mota, atuava na política através dos seus filhos Clovis Mota e Álvaro Mota, sendo o presidente da empresa da família, o industrial Joca Mota.
Até eu, que fazia parte da administração de Vauban, mas não participava das decisões da área técnica de engenharia, tinha minhas dúvidas se não era esse o motivo.
Porém, para escrever sobre o assunto, procurei Clovis Veloso Freire, que era o Superintendente da SUMOV.
OUVI dele as explicações, garantindo que o projeto elaborado pela firma Humberto Santana Engenheiros Construtores Ltda., adotou essa solução, como forma de possibilitar a ligação da Av. do Contorno com a Av. Prudente de Morais.
Como ambas avenidas foram financiadas pelo Governo Federal, era possível justificar a construção do viaduto também com recursos Federais.
A implantação do complexo: Av. do Contorno – Viaduto do Baldo – Av. Beira Canal e Av. Prudente de Morais possibilitou a integração dos bairros da Ribeira e Rocas com a Zona Sul da cidade.
Temos que reconhecer que essa solução pode não ter sido tecnicamente perfeita, mas foi estrategicamente inteligente.
Como Clovis Veloso merece a minha confiança, é assim que eu vou contar essa história, daqui pra frente.
Antônio José Ferreira de Melo – Economista
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