CALMA – Bárbara Seabra

CALMA –

Filhos são bênçãos! Não canso de repetir isso. Eles, como presentes divinos, ensinam o amor incondicional. Incondicional MESMO! Daqueles que não reclamamos por passar noites em claro amamentando hora sim hora não. Ou quando faz um cocô cor verde musgo e que vaza da fralda DE PANO e precisamos trocar toda a roupa de cama. Com um sorriso no rosto! Ou quando deixam o celular no silencioso e não nos atendem ou respondem às mensagens no grupo da família por horas a fio e nossa mente só pensa catástrofes…

Amamos incondicionalmente estes pequeninos mesmo quando aos olhos do mundo deixaram de ser pequenos e estão com barba e bigode, mas para nós ainda são aqueles que precisam de proteção.

Mas, EI!, nem tudo são flores. Lembro de Jesus quando sumiu por três dias dos olhos de Maria e José e me pergunto se ela quis levantar a voz para Ele. Será? Porque filhos também nos testam. Testam nossa capacidade de amar e de manter a tranquilidade e, não entendo por qual milagre, eles descobrem, logo cedo, quais nossos pontos fracos.

Assim, deixo claro que meu ponto fraco é me pedir CALMA! Sempre teve reação contrária em mim. Pedir calma é como acender uma esteira quilométrica de fogos em meu cérebro e todos resolverem explodir com luzes e sons ao mesmo tempo. E nosso João Victor descobriu isto logo cedo.

Acredito que ele tinha 2 ou 3 anos e me pediu calma pela primeira vez:

– Não me pede para ter calma, filho. Pede um carrinho, um pacote de pipoca, mas não me pede calma.

Ele entendeu o recado e usou, intencionalmente, de forma adversa em mim. Hoje com quase 20 anos ele ainda se diverte me pedindo calma. E eu, ainda me irrito com isso!

Então, semana passada, depois de, acredito eu, dez anos sem lançar uma música, sai o novo single de Marisa Monte: calma.

– Só pode ser brincadeira comigo! Calma, Marisa? Até você?

Esta música veio como um recado para mim: “Calma, que eu já tô pensando no futuro, que eu já tô driblando a madrugada…

E, assim, neste segundo ano pandêmico, tento manter a serenidade… a respiração leve… o humor… as risadas altas… o sorriso no rosto… as lágrimas soltas quando necessárias… Nem sempre é fácil. Nem sempre é fácil manter a calma. E quando a perco, vendo este mundo louco que não cansa de nos surpreender, tranco-me no quarto e respiro fundo. Porque a calma eu posso até perder, mas a FÉ e a ESPERANÇA estas não posso perder nunca!

 

 

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, professora universitária e escritora

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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