AS FÉRIAS DE JESUALDO – Alberto Rostand Lanverly

AS FÉRIAS DE JESUALDO –

Finalmente Jesualdo apareceu, já não o encontrava fazia algum tempo. Final do ano ele avisou que viajaria para descansar um pouco, aproveitando para conhecer cidades e visitar amigos. Agora estávamos novamente sentados na em um banco de praça, colocando as novidades em dia.

Ele contou, em algumas cidades haver alugado veículos e hospedado-se em hotéis. Onde conhecia pessoas optou pelo taxi e permanecer em apartamentos dos conhecidos.

Seu périplo iniciou por Dubai, das poucas cidades no planeta que aceitava a presença de turistas brasileiros como visitantes em época de pandemia. Ainda no aeroporto entrou na locadora Hertz e saiu dirigindo um automóvel Mercedes Benz. Ele se sentia o próprio Khalifa, líder maior da região.

Encantou-se com os monumentais prédios da cidade, até que necessitou abastecer o carro à beira da estrada, sendo, abordado pelo funcionário do posto:

– O senhor é a última pessoa que vai pagar o preço antigo. De agora em diante, aqueles que chegarem vão comprar gasolina a um valor novo.

Animado, o Jesualdo mandou encher o tanque e depois de passar seu cartão de debito, usando o seu inglês de colégio, perguntou:

– E para quanto subiu o combustível?

– Não subiu, desceu dez por cento!

Na programação, incluíra um safari no deserto. Jesualdo estava ansioso por participar da aventura pois poderia ver camelos, tendas com lindas moças praticando a dança do ventre, comidas gostosas, enfim pura diversão.

Após assistir vários shows, resolveu circular nas redondezas, olhando para o céu notou nuvens carregadas e bem cinzentas agrupadas sobre o local onde se encontrava. Como pretendia deixar o ambiente onde estava protegido, perguntou à um dos funcionários se ele achava que iria chover.

– Espero que sim, respondeu o trabalhador, olhando para o céu carregado. – Não tanto por mim, mas pelo meu filho de 6 anos. Eu já vi chuva.

Jesualdo encantou-se com uma briga de falcões, tipo de rinha de galos no Brasil, que acontecia em um dos quadrantes do parque. Por não entender do assunto, pediu auxílio a um homem ao seu lado:

– Por favor, qual é o falcão bom, o branco ou o cinza?

– O falcão bom é o branco, respondeu o recém conhecido.

Com seu espírito aventureiro mais que depressa, apostou boa quantia no branco. Com trinta segundos de briga, o falcão cinza arrebentou o opositor branco. Foi aí que Jesualdo reclamou:

– Puxa… eu perguntei qual era o favorito e você me falou que era o branco.

– Não. O senhor perguntou qual era o falcão bom e eu lhe apontei que era o branco. Se tivesse me perguntado qual era o malvado…

Jesualdo para terminar o nosso papo falou que adorou tudo o que viu, mas que em muitas oportunidades fora traído por seu inglês quase perfeito.

 

 

 

 

 

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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