AB MARIA OLIVIA

Maria Olívia Dutervil

Nasci em Brasília e morei por uns bons anos lá, até me mudar para o Nordeste. Ao mesmo tempo em que adolescência, na Capital Federal, sempre ouvia meus pais, tios, e amigos deles, conversarem sobre política. Nesta oportunidade procurava entender o que estavam discutindo, isso por que ser politizado na Capital Federal era ser “Cool”, afinal estávamos onde tudo era decidido. Mais “Cool” ainda era ser de esquerda, execrar o capitalismo, adorar o Che Guevara e querer morar em Cuba, mesmo sem saber muito o porquê destas escolhas.

Consequentemente, cresci odiando o Capitalismo, porque, segundo os “Cools” da ocasião: neste Sistema Econômico o dinheiro escraviza as pessoas.

O mais engraçado era que muitos dos opositores do Capitalismo Americano eram filhos de famílias de classe média alta, que estudavam nas melhores escolas de Brasília, moravam em mansões a Beira do Lago Paranoá, viviam fazendo comprinhas nos Shopping Centers da Cidade e andavam para cima e para baixo com seus carrinhos do ano, tudo isso as custas dos Papai e da mamãe.

Que contrassenso, não?! Muitos se preocupavam mais com a disseminação das sua ideias, do que com o verdadeiro conteúdo delas. A finalidade era arrecadar admiradores, alimentada pela vaidade desmedida, e repetir uma doutrina que nem eles mesmos dominavam.

A dedicação para conquistar admiradores era tanta, que não lhes sobrava tempo para estudá-la. Nem ao menos se preocuparam em renovar o discurso. Talvez por preguiça ou pela própria ignorância.

Trabalhar e gerar renda própria, nem pensar. Além de não haver tempo para tal, não havia necessidade, afinal, suas regalias seria mantidas as custas do trabalho alheio.

Essa geração, da qual sou integrante, ficou muito prejudicada. Hoje com trinta ou quarenta anos, muitos que conheço permanecem perdidos. Alguns, ainda sustentados pelos pais. Outros, em subempregos. Talvez por que tenham perdido tempo demais com sua própria vaidade, ou porque, embora tenham usufruído das benesses do capital, não aprenderam a produzi-lo.

E o pior é quem nos dias de hoje ainda tem, como já dizia Raul Seixas: aquela velha opinião formada sobre tudo.

Bem, o socialismo não deu certo. O Comunismo não deu certo. Vivemos em uma sociedade Capitalista, e adoramos isso! Isso mesmo, adoramos!

E se essa premissa não fosse verdadeira, – e é claro prestigiando o mínimo de coerência entre teoria e prática -, não usaríamos a Internet e nem Whatsapp, não usaríamos aparelhos APPLE, não comeríamos no MC Donalds ou no OUTBACK, não iríamos fazer Chá de Bebé nos Estados Unidos e nem consumiríamos tantos produtos, que embora tenham sido criados graças ao “rechaçado” Sistema Econômico Capitalista, facilitam sobremaneira as nossas vidas.

Decerto que temos exceções. E não tenho nada contra os que odeiam o Capitalismo. Penso, entretanto, que se você faz parte da exceção, haja com coerência. Coloque em prática a teoria que defende!

Maria Olívia Dutervil – Advogada, consultora Tributária da A2J – Consultoria Empresarial. [email protected]

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