VAMOS, CHAPE! –

O mundo esportivo parou. A tristeza tomou conta de todos seus espaços. O avião  que levava o time da Chapecoense para a disputa da Copa Sul-Americana na Colômbia caiu em Medelim. O trágico  acidente fez setenta e uma vítimas fatais, deixando uma marca e um rastro de profunda dor e saudade inapagáveis.

Perdemos não só um time de futebol, perdemos também brilhantes jovens profissionais da crônica esportiva, que deixam no vazio da memória as suas boas e felizes lembranças.

A pequena cidade de Chapecó/SC, nos últimos cinco anos, acompanhou e viveu seus momentos de glória e de amor com o seu representante maior  no futebol brasileiro – a Associação Chapecoense de Futebol –, que depois de sair da Série D alcançou em anos consecutivos a sua condição de figurar na elite do futebol brasileiro, disputando a Série A do Brasileirão, assim como a condição de disputar pela primeira vez um título internacional – a Copa Sul-Americana – na cidade de Medelim/Colômbia contra o Atlético Nacional.

O momento de alegria, festa e exaltação deu lugar a uma tristeza profunda e dolorosa na última terça-feita (29), só comparada aos acidentes aéreos com a equipe do Torino da Itália, no ano de 1949, quando toda a equipe super tetracampeã italiana foi vitimada fatalmente;  com o time da Alianza Lima/Peru, em dezembro de 1987, quando morreram todos os jogadores e a comissão técnica; com o time Manchester United, em fevereiro de 1958, quando o avião foi abatido por uma tempestade de neve ao tentar decolar pela terceira vez no Aeroporto de Munique, quando morreram oito jogadores. Sete jogadores foram resgatados com vida, entre eles o craque inglês Bobby Charlton, o qual oito anos depois conquistaria a Copa do Mundo pela Inglaterra.
O acidente em Medelim abala e cala uma cidade, destroça famílias e devasta uma equipe ascendente e vitoriosa.

Neste momento, estamos de luto e de abissal  tristeza,  acompanhando uma das mais belas e justas homenagens feitas em todos os tempos a uma equipe de futebol – a querida e vitoriosa Chapecoense.

De forma profundamente humana e envolvida pelo mais belo gesto de amor ao próximo, a  equipe do Atlético Nacional prestou – na data, no local e na hora da primeira partida (30) – uma belíssima  homenagem, concedendo o título da Copa Sul-Americana à equipe da Chapecoense. Estádio lotado com mais de quarenta mil pessoas com velas acesas, flores, vestido branco e cantando: “Vamos, Chape!”. Lembrando que fora do estádio, mais de cem mil pessoas se associavam às homenagens, com muito pesar e dor. Gesto humano e de solidariedade nunca visto na história do futebol mundial.

Entre as vítimas, um norte-rio-grandense de Nova Cruz, Gil, no seu melhor momento; ídolo da equipe vitoriosa da Chapecoense.

Fica o pesar, a tristeza, a saudade, o luto. Como fica também a bela imagem de  solidariedade humana do povo colombiano e de todo o mundo esportivo ao time da Chapecoense.

Somente o tempo apagará esse inesperado, trágico, comovente e doloroso acidente.
Acreditamos na força e na garra do povo catarinense para a reconstrução dessa bela, aguerrida e vitoriosa  equipe.

VAMOS, CHAPE!

Berilo de CastroMédico e escritor[email protected]

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