O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que vai entrar nesta sexta-feira (12) no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma reclamação contra a decisão da Justiça de Pernambuco que suspendeu trecho de medida provisória que autoriza a privatização da Eletrobras.

“A decisão da Justiça está usurpando os poderes do Executivo e do Legislativo. Não cabe a um juiz de Primeira Instância tomar uma decisão que é de responsabilidade do Congresso ou do Executivo. Estamos entrando numa fase perigosa, com juízes interferindo em áreas em que não poderiam entrar”, afirmou Rodrigo Maia.

O presidente da Câmara disse que a contestação no STF da decisão da Justiça não significa que ele mudou de opinião sobre o tema.

“Sou contra a interferência do Judiciário em esfera que não é dele, mas continuo com minha posição: sou contra tratar de privatização por meio de medida provisória. Sou a favor da privatização, mas ela tem de ser discutida a partir de um projeto de lei”, afirmou.

O juiz Cláudio Kitner, da 6ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco, decidiu suspender os efeitos de artigo da medida provisória 814, que autoriza a venda da estatal do setor elétrico e de suas subsidiárias. O governo anunciou no ano passado sua decisão de privatizar a Eletrobras, com a qual espera arrecadar R$ 12 bilhões neste ano para ajudar no cumprimento da meta fiscal de 2018, déficit de R$ 157 bilhões.

O anúncio do governo Temer gerou protestos de políticos que costumam fazer indicações para cargos na estatal e suas subsidiárias, principalmente os da região Nordeste e Norte.

Inicialmente, o governo havia prometido a Rodrigo Maia tratar do assunto apenas por meio de projeto de lei.

Só que o Palácio do Planalto demorou a enviar os projetos ao Congresso. Para recuperar o tempo perdido e garantir a execução de estudos sobre a privatização, acabou enviando uma MP no final do ano passado.

Agora, o próprio governo já avisou ao presidente da Câmara que aceita a derrubada do artigo da MP que autoriza a venda da estatal e a aprovação da proposta por meio de um projeto de lei que ainda será encaminhado ao Congresso.

Fonte: G1

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