O Rio Grande do Norte tem 54,7% dos domicílios em situação de insegurança alimentar. É o que aponta a Pesquisa de Orçamentos Familiares Contínua (POF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (17).

A proporção de domicílios onde pelo menos uma pessoa teve fome cresceu 2,5 pontos percentuais entre 2013 e 2018 no Rio Grande do Norte. São 81 mil lares potiguares em insegurança alimentar grave segundo a pesquisa. O número corresponde a 7,6% dos domicílios potiguares. Em 2013, eram 53 mil domicílios nessa situação, o que equivalia a 5,1% do total do estado.

O índice do estado para insegurança alimentar é o terceiro maior do Nordeste, atrás apenas do Maranhão (66%) e Alagoas (56%) – a média na região é de 50,3%. No Brasil, é o sétimo pior desempenho. Além dos dois estados nordestinos, tem desempenhos acima do RN o Amazonas (65,5%), o Pará (61,2%), o Amapá (59,4%) e o Acre (58,7%) – todos da região Norte.

O levantamento foi realizado pelo IBGE, com entrevistas presenciais nos domicílios, entre junho de 2017 e julho de 2018. No RN, a pesquisa foi feita em 1.079 residências. Essa é a primeira vez que o órgão disponibilizou os resultados segundo critérios da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar.

De acordo com o IBGE, do total de 54,7% dos lares potiguares que estão em situação de insegurança alimentar, 33,5% estão em situação de insegurança alimentar leve, 13,6% moderada e 7,6% grave, quando há a experiência de fome no lar. Outros 45,3% lares estão em condição de segurança alimentar no estado.

Escala Brasileira de Insegurança Alimentar

Segurança alimentarA família/domicílio tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.
Insegurança alimentar levereocupação ou incerteza quanto acesso aos alimentos no futuro; qualidade inadequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentos.
Insegurança alimentar moderadaRedução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos.
Insegurança alimentar graveRedução quantitativa de alimentos também entre as crianças, ou seja, ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo as crianças. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.

Em números, dos 1.079 domicílios entrevistados na pequisa por amostragem do IBGE, 489 estavam em situação de segurança alimentar, enquanto 362 estavam em insegurança alimentar leve, 147 moderada e 81 grave.

No tópico de insegurança alimentar grave, o RN também tem o terceiro maior índice do Nordeste e o oitavo maior do Brasil.

O IBGE explicou que a POF foi realizada em domicílios tanto de áreas urbanas quanto rurais em todo o território nacional e 57.920 lares participaram do levantamento. A pesquisa correlaciona condições de vida a partir do consumo e orçamento das famílias com contas nacionais, estudos sobre pobreza e desigualdade, e segurança alimentar e nutricional (consumo efetivo, análise da disponibilidade de alimentos e etc).

Despesa alimentar

A despesa alimentar média mensal de uma família do Nordeste é de R$ 587,44, sendo as com segurança alimentar tendo um gasto de R$ 660,17, enquanto as com insegurança leve R$ 565,08, com insegurança moderada R$ 465,10 e com insegurança grave R$ 404,58.

Despesa total

A despesa média total de uma família do Nordeste é de R$ 3.167,43. As com segurança alimentar em domicílio gastam R$ 4.060,85, enquanto as com insegurança leve gastam R$ 2.573,32, moderada R$ R$ 1.989,99 e grave R$ 1.642,90.

Rendimento

O rendimento total e variação patrimonial mensal no Nordeste é de R$ 3.559,55, segundo o IBGE. Os domicílios com segurança alimentar tem o rendimento de R$ 4.457,00, enquanto os com insegurança alimentar leve tem R$ 2.589, 85, a moderada R$ 2.050,18 e a grave R$ 1.692,13.

Fonte: G1RN

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