PROFANO, MÍSTICO, CRÍSTICO –
Se imaginássemos a humanidade como uma pirâmide, poderíamos dividi-la em três faixas: na base, estariam os profanos; no meio, os místicos; e no ápice, os crísticos. Ou seja, da base até bem acima da metade da pirâmide estaria a grande maioria da humanidade, os profanos, formada desde aqueles que não praticam uma religião até àqueles que a praticam, mas de forma incipiente, à moda dos fariseus; compõem-na desde aqueles que não creem, até os que creem em Deus, mas que ainda não internalizaram os ensinamentos do Cristo, praticando-os no seu dia a dia. Entendem a prática religiosa como o simples participar dos rituais de uma determinada religião, o fazer de ações de caridade, muitas vezes contabilizando cada ato como um crédito diante de Deus. 

Acima desses estão os místicos, aqueles que já vislumbraram a verdade e a buscam com afinco; iniciaram a caminhada do seu auto-encontro e, para isto, se isolam do mundo, separando-se de tudo aquilo que julgam atrapalhar sua busca espiritual; renegam o mundo de Deus, na busca do Deus do mundo – como diria Rohden. Muitos vão em busca de paz no silêncio dos mosteiros, cavernas, montanhas e coisas do gênero. Quando esses místicos encontram o que procuravam, descobrem que aquilo sempre esteve com eles, pois tratava-se de sua própria essência – seu Eu verdadeiro, o Cristo, a Vida que lhes sustém; e agora – e somente agora – podem viver no mundo sem ser do mundo, sem se contaminarem com nada – tal qual a luz, que penetra tudo sem que nada a possa contaminar, modificar ou alterar sua substância. O místico tornou-se crístico, pois uniu-se a Deus em unidade perfeita. E diz tal o apóstolo Paulo: “… já não sou eu que vivo, mas o Cristo vive em mim.”

A nossa jornada é esta. Busquemos, pois, viver os ensinamentos do Cristo-Jesus, os quais nos conduzirão a este glorioso dia,  no qual não mais viveremos para atender, simplesmente, às necessidades físicas, apegados à matéria, mas à grande realidade da Alma, o viver a plenitude do que verdadeiramente somos – Vida em unidade com o Pai Celestial.
 
E quando não tiveres nada pra fazer, relaxe e aproveite o ócio; faça-o de modo produtivo: leia, pense, medite sobre a vida.  E quando não tiveres nada pra admirar, feche os olhos e sinta o teu corpo, observe teus pensamentos e lembra-te quem és e o que viestes fazer aqui na Terra. E quando não tiveres nada pra ouvir de interessante, tente ouvir as batidas do teu coração, elas tem ritmo, som e pulsam. Perceba que tu nunca estás totalmente só; que sempre podes exercitar os teus sentidos, a tua mente, conectar-te com o teu íntimo, com o teu Eu interior. Saiba extrair dos momentos de “solidão”, a sabedoria espiritual que possuís; nunca te sintas isolado do Divino, do Eterno, do teu Eu verdadeiro. Ame em gestos, em palavras, em pensamentos, mas ame, principalmente, em Espírito e em Verdade. Seja quem tu és realmente: Amor, Verdade, Vida (eterna), Espírito.
João Batista Soares de Lima  – Ex secretário de Tributação e Membro da Arca da Aliança – Movimento Cristão.
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