POR ONDE ANDA O ALTRUÍSMO? –

Que ar é esse que inspiramos? Denso de indiferença, de crueldade, de desgosto, de meias verdades? Todos eles parecem tóxicos e sufocantes ao homem contemporâneo.

Apesar de quase sem fôlego, ante tantas iniquidades, ainda temos em cada um de nós, uma reserva mais pura que renova a esperança em um amanhã, tão amanhã, mais leve e descontaminado.

As palavras que outrora tinha sua força impulsionadora, hoje por uso generalizado desqualifica a função adjetiva que a crítica construtiva proporcionava aos cidadãos que caminhavam para o futuro com os pés firmes na voluntariedade e na confiança uns aos outros.

As instituições, em todos os segmentos – públicos e privados eram pautadas na seriedade de suas “Missão” e “Visão”.

Os órgãos voltados ao serviço público exalavam seriedade, competência administrativa, coerência com sua função prestadora de serviços. As esferas do Executivo, Legislativo, Judiciário, gozavam de respeito. Um governante era um governante. Um legislador era um legislador. Um legalista era um legalista.

Quanto respeito um tabelião, um religioso, um professor, um médico, um advogado, um gerente, um engenheiro, um contador, um político despertavam nos jovens que neles se espelhavam para percorrerem seus caminhos futuros.

O que observamos hoje é uma demanda de jovens sem “líderes” na concepção do modelo a seguir.

Temos uma leva de falsos heróis, onde a vantagem, o ato desonesto, o querer ter a qualquer custo em troca da própria dignidade, falam mais alto.

Cada vez mais o ar que inspiramos parece contaminado não pelos maus tratos do meio ambiente, mas pelo ambiente que englobam o meio humano.

Será que estamos caminhando para o fim dos tempos, onde o joio e o trigo começam a se separar?

Afinal em Timóteo (2Tm 3;1) nos alerta: “Nos últimos dias haverá tempos críticos e difíceis de suportar.”

Teremos ainda forças para ir mais além?

As futuras gerações surgirão depuradas? Acredito que sim. Se a separação do mal não se perder no caminho, mesmo a um custo altíssimo, seremos capazes de gozar das promessas de Isaias (35: 1,6): “A terra vai ser transformada num paraíso”.

Fico, algumas vezes, remoendo o juízo em busca de esclarecimentos sobre o porquê as pessoas perderam os valores morais e espirituais, ao ponto do descrédito levar os homens a se entreolharem com tamanho desdém.

Corremos rumo aos Salmos (37:29) na esperança de que “os justos possuirão a terra e viverão nela para sempre”.

Vemos então que aquela “missão” de que o homem ajudaria a Deus a desenvolver o mundo, como um agente do bem, está, nas circunstâncias atuais, fracassando. Isso, exclusivamente pela falta de “visão” daquele em que se confiou, apesar do pecado, a organizar a vida nas comunidades, chamadas “cidades urbanizadas”.

Tô muito pessimista?

Talvez não. É que a cada dia que leio nas entrelinhas dos discursos – falados e escritos, dos “falsos” gestores da humanidade, aonde as “meias verdades” vão sendo impostas com tamanha insensatez, me assusta.

Claro que nem só de lobos se constitui a “floresta”. Outros apresentam conduta totalmente contrária, mas parecem hipnotizados diante da farsa em que os “lobos” se transformaram.

Temos que acreditar, não só por acreditar, mas dotar de uma força educacional as crianças e os jovens, para que eles sejam os transformadores deste quadro devastador pelo qual passa a humanidade.

É preciso “apagar” todas as mazelas que os maus gerenciadores dos bens públicos se arvoraram como seus, para que um novo horizonte renasça.

E isso, meus amigos, só acontecerá quando formos um povo educado, não em ideologias pessoais, mas naquelas que dissipam respeito, austeridade e bem comum.

Nenhuma sociedade se sustenta em indiferença com seu povo.

Seja um agente transformador e não um deformador.

Dê as mãos ao altruísmo!

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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