PAULO MACEDO: UMA VIDA EM SOCIEDADE –

Conheci Paulo Macedo como cronista social no Diário de Natal, depois no Rotary, e cheguei até a ser entrevistado por ele num canal de televisão. Partiu, em caráter definitivo, nesse domingo, 05 de julho de 2020, aos 88 anos. Sempre afável e atencioso, uma das suas características era não falar mal de ninguém. Todo ano, no meu aniversário, ele ligava e cantava o “parabéns pra você”, do começo até o fim. Meu confrade na Academia Norte-rio-grandense de Letras, onde foi Vice-Presidente durante mais de trinta anos.

Esteve na Secretaria Municipal de Turismo e na Fundação José Augusto, onde deixou como legado o Memorial Câmara Cascudo. Membro do Conselho Estadual de Cultura, sempre atuou em benefício do desenvolvimento cultural e social do estado. Isaac Faheina de Paulo Macedo nasceu em 29 de dezembro de 1931, era cearense e se mudou para o Rio Grande do Norte nos anos 1950. Também foi um dos pioneiros do jornalismo automotivo no Nordeste, além de comandar programas de entrevista em emissoras de TV de Natal. Entre outros veículos de comunicação atuou no Diário de Natal, Tribuna do Norte, TV Ponta Negra e Rádio Nordeste.

A Academia de Letras, a Prefeitura de Natal, a Câmara Municipal e a Assembleia Legislativa, o Governo do Estado, publicaram notas de pesar pelo falecimento do “pequeno grande Homem” que era Paulo Macedo.

Paulo Macedo caiu em casa e fraturou o fêmur. É impressionante como esse tipo de acidente é comum conosco, ou seja, com as pessoas idosas… Coincidentemente Ennio Morricone, maestro e compositor de trilhas sonoras que marcaram a história do cinema, morreu aos 91 anos, nesta segunda-feira (6), na Itália. Ele estava internado há alguns dias em uma clínica em Roma após sofrer uma queda e fraturar o fêmur. Vale a pena recordar alguns filmes que musicou: “Por um Punhado de Dólares” (1964), “Por uns Dólares a Mais” (1965), “Três Homens em Conflito” (1966), todos de Sergio Leone; “A Batalha de Argel” (1966), de Gillo Pontecorvo; “Teorema” (1968), de Pier Paolo Pasolini; “Era uma Vez no Oeste” (1968), de Sergio Leone.

Ambos foram operados, mas faleceram. Segundo a imprensa Paulo Macedo adquiriu Covid-19. A verdade é que as pessoas não se previnem desse tipo de acidente. Há idosos que teimam em não usar algum tipo de apoio, tipo bengala. Alguns usam na rua, mas não usam em casa, onde ocorre a maioria dos acidentes. Lembro do meu grande e querido amigo, o Professor Leide Morais que em queda no banheiro fraturou o fêmur e, também, morreu de complicações no pós-operatório, inclusive participei da sua cirurgia, como anestesista. Certa vez escrevi uma crônica onde desconfiava de um complô entre arquitetos e ortopedistas. Aqueles por projetarem banheiros escorregadios e sem pontos de apoio, estes por terem maior volume de cirurgias… voltaremos ao assunto.

Acaba de chegar uma notícia que o resultado do exame de Paulo Macedo para Coronavírus foi negativo. Deixo aqui os meus sinceros sentimentos para toda família do nosso querido Paulo Macedo.

 

 

Armando Negreiros – Médico e Escritor, [email protected]
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