JAÉCIO CARLOS

Jaécio Carlos*

A gente fica vendo, à distância, a fuga de africanos, asiáticos e agora o desespero dos Sírios para saírem das suas terras e tentarem a sorte noutros lugares. Enchem balsas, navios, embarcações cheias de gente subnutrida e desesperada jogadas no meio do mar. A maioria escapa e é socorrida por algum país abnegado que lhes dá guarida. É uma espécie de vôo cego. Aonde cair, fica.

A Alemanha, de Angela Merkel, recebeu alguns desses fugitivos que foram saudados pelo povo e apoiado pelo Bayern de Munique, time de futebol campeão do mundo. Eles recebem aulas de Alemão e vão trabalhar, se alimentar e viver nesse pais que ressuscitou da segunda guerra mundial, pelo bravo esforço do seu povo que conhece o que é sofrer.

“O mundo está virado”, dizia meu pai. Ninguém se entende mais e quem pode, rouba e faz corrupção. Nessa seara pobre não tem vez. Quando comete algum delito mais forte vai preso e tem assegurado todos os dias, alimentação, direito a visita íntima, e a família ainda recebe benefícios do governo. Além disso tem direito de passar o dia dos pais, das mães e o indulto de Natal com os amigos. É melhor do que estar desempregado. O negócio e tão bom que tem preso que, quando é libertado pede para permanecer preso.

Lembro-me que una vez o então presidente da FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo, Mário Amato, às vésperas das eleições de 98, presidenciais, falou que “se Lula ganhasse as eleições, 800 empresários sairiam do Brasil”. Ele não ganhou, mas na seguinte, 2002, venceu e ninguém foi embora do país.

Nosso sistema democrático, aberto, acolhe fugitivos vindos do Haiti, colônias portuguesas e outros povos. Não há razões, ainda, pra fugir do Brasil. “O brasileiro é, antes de tudo, um forte”. A frase original cita o “nordestino”.

Jaécio Carlos* – Publicitário e palestrante

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