OMISSÃO DELIBERADA – 

Dia sete de agosto de 2001, o Rio Grande do Norte completou 500 anos do seu descobrimento. Um aniversário invejável. Pouquíssimos estados brasileiros ostentam esse privilégio. Tudo começou com a fincagem do Marco de Touros por navegadores portugueses do quilate de André Gonçalves ou Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio.

Trata-se de fato histórico irretorquível consagrado pelos historiadores Câmara Cascudo e Olavo Medeiros Filho, além do alagoano, homem de letras e profundo conhecedor do tema Moacyr Soares Pereira. Como bem disse o saudoso escritor Enélio Lima Petrovich, o Marco de Touros foi um momento fundador da formação nacional que assinalou a posse jurídica de Portugal da terra brasileira, começando pelo Rio Grande do Norte.

O governo do estado tornou esse evento reconhecido através da Lei nº 7.831, no dia 30 de maio de 2.000, publicada no Diário Oficial em 31 de maio do mesmo ano. Mas, o que está faltando diante de tantas evidências? Que as autoridades oficiais do Rio Grande do Norte, da área da Cultura, Educação e do Turismo se conscientizem ou, até, se compadeçam que essa data não pode passar em branco. E, por extensão, que não fiquem, também, acéfalas, as instituições privadas que promovem a cultura, em todos os segmentos.

A efeméride (desculpem o vocábulo) é de todos nós. O Rio Grande do Norte precisa sair do provincianismo no âmbito cultural. Ele já é estatística na economia como maior produtor ou exportador do país de frutas, sal, camarão, petróleo, por que não pede passagem para proclamar ao Brasil que não é só de acarajé e vatapá que se alimenta a formação da nossa nacionalidade!! A privilegiada posição geográfica do Rio Grande do Norte no mapa brasileiro sempre se constituiu em pioneirismo de episódios históricos há 500 anos, passando pela segunda guerra mundial, quando foi o único estado da Federação que mereceu, à época, a visita de um presidente americano face a sua importância estratégica no continente.

Faltam menos de dois meses para o 07 de agosto. Ninguém ainda se reuniu e muito menos existe dotação orçamentária para as celebrações. Espero que tudo não vá se resumir em reuniões de grêmio estudantil e entrevistas em jornais. A importância da data merece muito mais.

 

 

 

 

 

Valério Mesquita – [email protected]

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