O QUE POSSO FAZER PELO BRASIL QUE DESEJO ? –

A Confederação Nacional da Indústria tem feito um trabalho importante no sentido de conhecer as propostas dos presidenciáveis e discutir uma agenda para o Brasil. Ao final da primeira etapa um consenso parece bem razoável: é preciso apoiar a atividade empresarial privada.

A crise nacional, contudo, não deve ser enfrentada apenas pelas lideranças políticas. A sociedade precisa efetivamente prestigiar a construção de soluções para o Brasil que queremos. Aliás, recordando a campanha da Rede Globo, creio que a pergunta deveria ser reformulada para: o que posso fazer para construir o Brasil que desejo?

Muitos esperam, para a vida administrativa da nação, um salvador. Evidentemente para os olhos da fé os milagres são possíveis, mas uma sociedade moderna e consciente de suas responsabilidades não pode esperar apenas por milagre divino. É preciso fazer alguma coisa. E, mais ainda: todos podem fazer alguma coisa!

É preciso que todos saibam o que fazer e que o esforço de cada um encontre ressonância em uma pauta coletiva. Se a energia for canalizada para o mesmo sentido, a força do interesse coletivo moverá o país para um novo caminho. Se o debate for adiante com maior objetividade, sem o contágio da preferência partidária, chegaremos a uma pauta de interesse nacional, o que seria um avanço significativo para definirmos metas e indicadores. Aliás, o bom seria termos em 2018, por ocasião do processo eleitoral, um debate mais qualificado e esclarecedor acerca do que representa cada candidatura.

Para contribuir com o debate e firmar um posicionamento que colabore com o desenvolvimento econômico, o Sistema Indústria disse aos presidenciáveis e, em consequência, a sociedade brasileira, que o País precisa apoiar o empreendedorismo como estratégia prioritária, articulando um ambiente de negócios menos burocrático, que tenha crédito justo e estímulo à inovação.

Nossa pauta sugere, ainda, que o Brasil, sob a liderança do novo governo e com o apoio da sociedade, trate “do equilíbrio fiscal, sem aumentos de impostos; da qualidade da nossa educação e da infraestrutura; da necessária liberdade para empreender, com a fundamental segurança jurídica”, conforme resumiu Robson Braga, presidente da CNI, em uma de suas últimas manifestações.

Obviamente quando sugerimos uma pauta já iniciamos o debate e nos submetemos ao contraditório. O que não desejamos é um debate recheado de intolerância e agressão, como tem sido marcadamente a discussão nacional acerca de temas que são inerentes ao futuro do Brasil como, por exemplo, o equilíbrio fiscal. Ora, a conta é relativamente simples: o arrecadado não tem sido suficiente para suportar as despesas e o país não aguenta mais a incidência de novos tributos.

O debate, portanto, precisa ser menos ideológico e mais técnico para apurar soluções que, com o nosso envolvimento, enfim, façam o Brasil que queremos.

 

Publicado na Tribuna do Norte (22.07.2018)

 

Amaro Sales de Araújo – Presidente da FIERN e do COMPEM/CNI.

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

 

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