O MOVIMENTO DAS NUVENS –

Nessa época conturbada não vou escrever hoje sobre o coronavírus nem sobre a queda de braço entre as autoridades sobre temas como saúde, economia ou política. Cada uma delas pensa diferente e estão transmitindo para nós, simples cidadãos, muito mais dúvidas que certezas.

O céu está azul? Vou me sentar numa cadeira e refletir sobre o movimento das nuvens.

Lembra-se de quando éramos crianças e ficávamos deitados na relva olhando o céu e vendo as nuvens passarem? Aí ficávamos adivinhando o seu desenho num certo momento, que era rápido, pois elas mudavam de formato de maneira rápida.

Perguntávamos sobre o que era preciso para o céu continuar azul e as nuvens continuarem a desfilar lá em cima. E também indagávamos sobre o que faz as nuvens mudarem de formato permanentemente. E aí descobríamos a importância da força dos ventos.

É o que estou fazendo nesses últimos dias, um dos efeitos colaterais do isolamento social compulsório a que me submeti. Além de assistir as lives dos artistas, alguns dos quais eu nem conhecia.Mas que mesmo assim parabenizo pela iniciativa de levar alegria ao povo.

Também, claro, tenho feito algumas leituras e tenho acompanhado uma enxurrada de mensagens pelo WhatsApp, cada grupo emitindo opiniões diferentes. Mas nada afasta o tédio da recente situação. Por tudo isso optei por olhar para o céu observando o movimento das nuvens.

Percebi assim que elas estão em permanente e frenética ebulição. Uma hora aparecem na forma de cordeiro, noutra de lobo, noutra de anjo, noutra de demônio. Mas eu continuo firme e finco o pé nessa nova mania. Olhando para o céu e para as nuvens, sem saber qual será o formato da nova aparição.

 

 

Nelson Freire – Jornalista, editor do Blog Ponto de Vista, Economista e Bacharel em Direito

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