O DINAMISMO DE NOSSA INDÚSTRIA –

A economia nordestina ainda continua em crise. Em 2017, o crescimento do Produto Interno Bruto(PIB) da região foi de 0,8%, enquanto que o PIB nacional cresceu 1,1%; em 2018 o PIB do Nordeste caiu para 0,6% e o país manteve a taxa de crescimento do ano anterior. Uma avaliação de nossa agropecuária, que sempre teve participação ativa na formação do PIB regional, indica que a redução na produção de alimentos e no beneficiamento de matérias-primas, em função da adversidade climática, limitou e comprometeu a geração de riquezas no meio rural.

O mesmo aconteceu com a indústria que, apesar de ser um dos mais importantes fatores de crescimento e desenvolvimento da economia, tem perdido espaço na composição do PIB nacional, tendo caindo para 11,8% em 2018.

Neste contexto, é importante ressaltar o crescimento de setores da indústria nordestina que, através da diversificação de oportunidades de investimentos, têm sido capaz de contribuir para o desenvolvimento dos estados da região. Aqui, cabe ressaltar a produção de energia renovável, onde se destaca a liderança do RN na geração e distribuição de energia limpa, através de parques de energia eólica.

Em 2017, a capacidade instalada no RN de energia eólica era de 3.679,9 MW em 135 parques, enquanto que em 2018 o estado ampliou essa capacidade para 4.043,1 MW em 150 parques instalados. Naquele ano, o país já dispunha de uma capacidade instalada de 14,71 GW de energia eólica em 583 parques, localizados em 12 estados da federação. Com sua posição consolidada, o RN responde por 27,5% da oferta nacional desse tipo de energia. Dados da Associação Brasileira de Energia Eólica(ABEólica), indicam que para cada 1 megawatt instalado, 15 empregos diretos e indiretos são criados em toda a cadeia produtiva.

Outro setor dinâmico de nossa indústria, diz respeito à implantação de indústria automobilística em Goiânia, município da Zona da Mata Norte de  Pernambuco, através do Polo Jeep da Fiat Chrysler Automobiles(FCA), descentralizando o processo de industrialização naquele estado, até então concentrado na Região Metropolitana de Recife.

Oferecendo 13.600 empregos, o Polo Jeep produziu em 2018  202 mil veículos de modelos com boa aceitação pelo mercado. Com o aumento das vendas e a introdução do terceiro turno de trabalho, a empresa espera produzir em 2019 cerca de 250 mil veículos. Comemorando seus quatro anos de implantação no Nordeste, a Fiat prevê novos investimentos na planta industrial, da ordem de R$ 7,0 bilhões até 2023, possibilitando aumentar a produção para 350 mil veículos/ano, gerar mais 9,0 mil empregos diretos e ampliar o parque de empresas fornecedoras de insumos para seus veículos.

Com relação à indústria de energia solar, cumpre destacar a importância do Ceará que, dispondo de um ótimo nível de insolação o ano todo, assumiu o 1o lugar na implantação de indústria de energia solar fotovoltaica no Nordeste, cujos investimentos diferem de outras formas de energia renovável, por beneficiarem diretamente os consumidores finais, quer em residências, quer em unidades comerciais, em prédios públicos ou ainda no meio rural.

Informações da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica mostram que nos últimos 06 anos, foram implantadas 1.275 unidades geradoras dessa energia no Ceará, correspondendo a uma capacidade instalada de 20,6 MW, das quais 71,2% em unidades residenciais. Durabilidade, eficiência, redução de preços e baixos custos de instalação e manutenção justificam a demanda por sistemas residenciais, sobretudo na capital cearense.

 

 

Antoir Mendes SantosEconomista

 

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