O AMÉRICA F.C. QUE CONVIVI –

Já fiz referências ao querido clube rubro em alguns artigos publicados, inclusive, nos meus livros editados. No entanto, gostaria de contar o meu tempo de convivência como admirador/torcedor e atleta dessa centenária agremiação.

Na década de 1950, menino/moleque, habitante do bairro do Tirol, fui ativamente frequentador da sua sede/campo, na avenida Rodrigues Alves, melhor dizendo, de todo um quarteirão da região, abrangendo as ruas: Rodrigues Alves, Maxaranguape, Ceará—Mirim e Campos Sales. Que beleza! Que riqueza! Que patrimônio!

Vivi todos os seus momentos: treinos, jogos e concentrações. Compartilhava sempre com  as  conhecidas e admiradas caminhadas com os jogadores, da  sede até o Estádio Juvenal Lamartine (JL).

Era tudo que a meninada queria. Era o sonho realizado!

Admirava, achava  bonito e ficava curioso com aquele óleo brilhoso que se distribuía nas pernas dos jogadores, após as massagens que recebiam antes das jogos.

Tudo era novo e empolgante. Conhecia nominalmente todos os seus jogadores, fossem eles do time titular ou de aspirantes.

Recordo e declino um dos seus melhores times, que vi jogar ( na da década de 1950): Gerim, Artêmio e Barbosa (Cuica); Euclimar, Renato e Dico; Gilvan, Juarez (Pedro Dieb), Saquinho, Wallace e Gilvandro. Time campeão!

Na esteira da história, lembro do time juvenil comandado pelos abnegados treinadores, Lelé Galvão e Lu, que contava com um bom lateral esquerdo, que não gostava de acordar cedo para treinar, Nei Leandro, meu irmão; Ilo, irmão de Véscio, excelente quarto–zagueiro; o bom goleiro Castilho e tantos outros futuros promissores atletas, que não deram sequência ao vistoso e elegante futebol que praticavam.

No ano de 1959, o América pede afastamento temporário do certame oficial da cidade para construir a sua sede social, só retornando em 1966.

Com a sua ausência, fez surgir e crescer aquele que representava a terceira força do futebol potiguar: o  Alecrim F.C.

Foi exatamente nesse vácuo de tempo que  ingressei no time esmeraldino, quando fiz o meu primeiro contrato como profissional de futebol, com apenas dezoito anos de idade.

Durante os seis anos da ausência do América F.C., o Alecrim F.C. substituiu e cumpriu à altura  a missão de afastar o seu ferrenho adversário, o ABC F.C., de conquistas de títulos; o que veio  acontecer nos anos de 1963 e 1964. Fez e cumpriu muito bem o seu dever de casa.

Em 1966, volta o América; inicia aí a sua nova etapa de reestruturação da equipe. Não chega a disputar o título da cidade. Faz uma campanha pífia.

No ano seguinte, 1967, a diretoria e a comissão técnica formam  uma excelente equipe, voltada para conquistas  de títulos.

Estava eu, já afastado do futebol desde quando perdi o tricampeonato pelo Alecrim F.C., em 1965; não mais pensava em voltar ao gramado, uma vez que não havia tempo para conciliar o futebol com os estudos médicos. Mesmo assim, diante de muita insistência do amigo/treinador Osiel Lago, ex-companheiro do Alecrim no bicampeonato de 63/64, aceitei o convite.

No meu imaginário sonho como jogador de futebol, sentia que estava faltando ainda a concretização de um feito que me consagraria na   vida como jogador profissional de futebol: o título com a camisa rubra, time que escolhi de coração, quando ainda criança, para torcer e admirar.

E tudo aconteceu como havia sonhado. Encerrava ali, há 52 anos (1967), numa quente noite de uma quarta-feira, no histórico  Estádio Juvenal Lamartine lotado, tendo como adversário a forte e aguerrida equipe do Riachuelo Atlético Clube(RAC), a minha curta e vitoriosa história como jogador de futebol. Que honra! Que prazer! Que alegria!

 

 

Berilo de CastroMédico e Escritor –  [email protected]

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

3 respostas

  1. Me lembro de Ilo e Vecio moravam perto do Marista, Alberi foi quem machucou ele , Etinha era o tesoureiro e trabalhava
    Comigo no Denit, lembrei também de Assis que era de Curais Novo . Sou Americano! Parabéns

  2. Dr.Berilo, como sou seu amigo.ja conheço seus talentos.mas não vi nem jogador em minha vida como atleta de futebol que fosse muito bom como jogador de futebol e médico.parabens por suas metas alcançadas.

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